Descrição
Anatomia, morfologia e estruturas da pele. Estudo dos tipos de pele, escala colorimétrica, envelhecimento e cosméticos para cada tipo de pele.
PROPÓSITO
Compreender os conceitos anatômicos e fisiológicos da pele e sua aplicação nas áreas de saúde, estética e bem-estar para entendimento dos processos fisiológicos e patológicos de cada paciente.
OBJETIVOS
Módulo 1
Identificar as estruturas anatômicas da pele, desde seus componentes até as células constituintes
Módulo 2
Descrever o processo de cicatrização da pele
Módulo 3
Descrever o processo fisiológico do envelhecimento e a classificação dos tipos de pele
Módulo 4
Reconhecer os cuidados com a pele de acordo com sua fisiologia
Introdução
Neste tema, vamos aprender sobre os aspectos anatômicos e fisiológicos da pele voltados à estética facial e corporal, entendendo sua localização, sua constituição e, principalmente, suas necessidades e funções.
No decorrer do nosso estudo, entenderemos o processo de cicatrização e todas as suas fases. Também estudaremos todo o mecanismo fisiológico relacionado ao envelhecimento cutâneo e aprenderemos a classificar os diferentes tipos de pele. Veremos que a pele apresenta distinções relacionadas à etnia e aos hábitos de vida e, principalmente, aprenderemos a utilizar os cosméticos para prevenir o envelhecimento.
Além disso, também abordaremos os produtos cosméticos relacionados à beleza e à prevenção ao envelhecimento para cada tipo de pele, possibilitando ao profissional desenvolver um plano terapêutico integral.
MÓDULO 1
Identificar as estruturas anatômicas da pele, desde seus componentes até as células constituintes
Pele
A pele (tegumento) é um órgão bastante complexo composto por estruturas (tecidos, células) com diferentes especialidades. Sua principal função é o revestimento, sendo, por isso, o maior órgão do corpo, compondo cerca de 15% da massa corpórea. Sua estrutura apresenta variações por toda a extensão. Dessa maneira, a pele tem diferenças, por exemplo, de espessura, dependendo do local revestido.
Sua característica de revestimento é tão importante que confere à pele o posto de “primeira barreira imunológica” que estabelece uma parede separando o meio interno do nosso corpo do meio externo, impedindo a entrada de qualquer agente externo, independentemente de ser de natureza química, física ou biológica.
Muitas outras são as funções reguladas pela pele e por suas estruturas especializadas. O tecido tegumentar (pele) faz, por exemplo, conexões importantes com o sistema nervoso e, a partir das funções adaptativas e da atuação de receptores neuronais específicos para temperatura, pode promover a termorregulação. Tudo isso contribui para a manutenção da integridade desse tecido.
Composição química
Veja a composição química da pele:
- Água (70%).
- Aminoácidos (27,5%).
Dentre os aminoácidos, podemos destacar cistina, desmosina, hidroxiprolina, tirosina, valina, além de um conteúdo constituído de proteínas como: elastina, colágeno, queratina, melanina e enzimas. Todos esses conteúdos fazem parte de um sistema complexo que corresponde à composição química da pele.
Flora cutânea
Outro fator importante na pele é a flora cutânea, que funciona como uma defesa contra ataques de micro-organismos. Na literatura, encontramos dois tipos de flora cutânea:
Formada basicamente por micro-organismos gram-positivos aeróbicos ou anaeróbicos.
Formada por fungos responsáveis por muitas micoses.
Esses micro-organismos vivem bem com o ser humano, contudo, se houver algum desequilíbrio, como a baixa da imunidade, podem passar a não conviver tão bem e, possivelmente, causar patologias.
Como a pele se divide?
A pele é composta de três camadas interdependentes:
Camada mais externalizada.
Camada intermediária.
Serve como base para as camadas superiores.
Essa conformação possibilita a movimentação livre sobre as estruturas de maior profundidade do corpo.
Podemos observar que, na camada mais profunda da pele, há uma capacidade mitótica (divisão celular) bastante expressiva, já que os queratinócitos conseguem se dividir e se repor em grande velocidade, sendo empurrados para as camadas superiores e produzindo a queratina no seu próprio interior (citoplasma). O tempo de reposição e maturação dos queratinócitos para a produção e liberação de queratina no epitélio é de aproximadamente 26 dias.
Veja, a seguir, a estrutura da pele, a imagem anatômica (1) e a histológica (2):
Epiderme
A epiderme é a camada externa. Trata-se de um epitélio pavimentoso estratificado e queratinizado. Essas características fornecem a resistência e a flexibilidade necessárias a um tecido de revestimento, porém, ainda assim, maleável e adaptável.
Sua espessura pode variar de 0,04 a 1,5 mm, de acordo com a topografia. Existe uma quantidade bastante expressiva de células que compõem a epiderme, e cerca de 95% dessas células são queratinócitos que têm capacidade de renovação contínua. As camadas basal, espinhosa, granulosa e córnea se dividem justamente para formar uma base bastante sólida e eficiente para a pele.
Você sabia
A disposição das camadas da epiderme é, em sua maioria, plana, exceto pelas áreas correspondentes às pregas cutâneas. Essas áreas sofrem os efeitos musculares de extensão e contração. Esse fenômeno faz com que a base da epiderme seja sinuosa, formada por cones epidérmicos que vão se projetar na derme, intercalando-se em estruturas chamadas de papilas, conferindo adesão da epiderme com a derme e dando maior superfície de contato entre as duas.
Nesse ponto, podemos entender que existe uma importância singular no processo de contato entre as duas camadas, já que a epiderme não dispõe de vascularização e toda a sua nutrição é derivada dos capilares encontrados na derme.
Veremos, agora, as camadas da epiderme:
Camada basal
Quando falamos da camada basal, a mais
profunda da
epiderme, estamos nos
referindo a uma camada que se delimita com a derme. É basicamente formada por uma única
camada de queratinócitos, que, por sua vez, estão ali para realizar a síntese de
queratina e sofrem constante atividade de divisão celular (mitose). Essa característica
concede à camada basal grande aporte de queratina e de células produtoras de queratina
(queratinócitos).
Camada espinhosa
A camada espinhosa está localizada logo
acima da
camada basal, sendo formada, em média, por quatro a dez camadas de queratinócitos que
seguem uma configuração única e de aspecto poliédrico, graças à conformação dos
queratinócitos, que têm “várias faces”.
Podemos observar um progressivo achatamento seguindo sempre do seu interior para o seu exterior. As células da camada espinhosa apresentam ligações mecânicas bastante fortes e eficientes e se conectam às células da camada basal a partir dos desmossomos, que nada mais são que pontes intercelulares, ou seja, pontes entre as células.
Os desmossomos são importantes para dar à pele a capacidade de resistir a traumas mecânicos e atribuem a ela também a sua resistência natural contra perfurocortantes e afins.
Camada granulosa
A camada granulosa é composta, em
média, de duas
camadas de queratinócitos com formato semelhante ao de um losango. Em seu interior
(citoplasma), podemos encontrar muitos grânulos de querato-hialina – um composto misto
entre queratina e hialina –, que dão origem à filagrina, que, por sua vez, tem
importância crucial no esqueleto das células presentes na camada granulosa.
As células da camada granulosa apresentam componentes necessários para a sua morte programada (apoptose) e grande barreira impermeável à água, com vários compostos que lhes dão essa característica.
Você sabia
Na região palmoplantar (mãos e pés), existe uma camada de epitélio adicional entre a camada granulosa e a camada córnea chamada de estrato lúcido.
Camada córnea
Essa é a camada mais superficial da pele, e podemos
observar variações de espessura de acordo com a posição anatômica observada. Por
exemplo, as palmas e as plantas (mãos e pés) apresentam uma camada mais espessa,
justamente por serem as superfícies de contato mais usadas que temos.
A característica de espessamento se dá pelo fato de os queratinócitos presentes nessa camada estarem completamente maturados, ou seja, são células maturadas e sem núcleo (mortas). Portanto, apresentam filamentos bastante espessos e resistentes, dando, assim, a característica mais “grossa” a essa porção da pele.
Derme
A derme é uma camada que fica logo abaixo da epiderme. É formada por um tecido fibroelástico envolvido em uma substância crucial, para que essa camada seja o arcabouço das redes de vasos e nervos.
Os grandes componentes da derme são o colágeno, em torno de 80%, a elastina (de 1% a 4%) e os proteoglicanos, em torno das fibras colágenas e elásticas. O fato de a derme ter substâncias primordiais, como colágeno e elastina, em grande parte de sua composição é justamente o que lhe confere as características de resistência, firmeza e elasticidade.
Podemos dividir a derme em derme papilar (camada externa), derme reticular (camada interna) e derme perianexial:
A derme papilar apresenta intensa vascularização e dá origem às papilas ou às chamadas cristas dérmicas. Sua formação é bastante delicada, com feixes de fibras colágenas, que apresentam bastante elasticidade, dispostos como uma rede frouxa e envolta por um gel composto de mucopolissacarídeos.
A derme reticular cobre a maior parte da derme e é composta basicamente por fibras colágenas mais resistentes e muito menos delicadas que as da derme, funcionando como base para a derme papilar.
Já a derme perianexial apresenta uma estrutura semelhante à da derme papilar, porém se localiza em torno dos anexos cutâneos. Além dessas camadas, um sistema elástico cruza as fibras colágenas presentes tanto na derme papilar como na derme reticular justamente para dar à pele a capacidade de retornar a sua morfologia e posição original quando estirada. Logicamente, essa capacidade dependerá da manutenção dos níveis de colágeno e elastina do indivíduo avaliado.
Podemos encontrar um misto de células na derme, sejam fibroblastos (células proliferativas e de característica dendrítica), sejam macrófagos (células que executam o processo de fagocitose), sejam melanófagos, sejam mastócitos e leucócitos do sangue.
Junções dermoepidérmicas
A zona da membrana basal tem
quatro áreas
distintas: membrana celular da célula basal, lâmina lúcida, lâmina densa e lâmina
fibrorreticular, que tem como continuidade a derme subjacente.
A zona correspondente à lâmina lúcida está sobre a membrana plasmática, é constituída por queratinócitos basais e conta com a presença de hemidesmossomos, que vimos anteriormente, quando falamos sobre camada espinhosa. Na lâmina densa, temos uma intensa quantidade de colágeno tipo IV e, na lâmina fibrorreticular, a característica de base é executada com sua continuidade para o próximo tecido.
A zona da membrana basal fornece o arcabouço e a adesão necessários para que a epiderme se conecte com a derme, a fim de manter a permeabilidade (passagem de nutrientes e água) e auxiliando na transferência de substâncias, podendo ser comparada a um filtro de um tecido para o outro.
Como funciona a vascularização da derme?
O aporte
nutricional
vascular da pele é limitado à derme, que consiste no plexo nervoso profundo conectado ao
plexo nervoso superficial. Esses aglomerados se estendem paralelamente à superfície da
pele e são conectados por vasos sanguíneos de conexão dispostos
verticalmente.
O plexo nervoso superficial está localizado na parte superficial da derme reticular, e as arteríolas sobem da alça capilar até o topo de cada papila dérmica e retornam como capilares venosos.
O plexo profundo está localizado na parte inferior da derme reticular, composto por pequenas artérias e vênulas, com paredes espessas. Existem conexões estreitas entre os plexos nervosos que conectam os vasos sanguíneos, e o controle do fluxo sanguíneo dérmico através desses vasos ajuda a controlar a temperatura corporal.
Hipoderme
Hipoderme, subcutâneo ou cone de gordura é a camada mais profunda da pele, sendo um tecido localizado no lobo adiposo.
O lobo adiposo é separado por fibras compostas de colágeno por onde fluem o sangue, os vasos linfáticos e os nervos. Ele conecta a derme à fáscia profunda, absorvendo choques e atuando como isolante térmico.
Inervação
O tecido da pele é ricamente inervado, composto de nervos
autônomos e nervos somatossensoriais. O sistema autônomo é composto por fibras
simpáticas e é responsável pela penugem, vasoconstrição da pele e secreção de suor. As
fibras que inervam as glândulas endócrinas são simpáticas, mas têm a acetilcolina como
neurotransmissor.
O sistema corporal é responsável pelas sensações de dor, coceira, toque suave, pressão, vibração, propriocepção (capacidade de reconhecer a posição espacial do corpo) e calor.
Os nervos sensíveis têm receptores especializados, que são funcionalmente divididos em mecanorreceptores, termorreceptores e nociceptores. Morfologicamente, esses receptores podem formar estruturas especializadas, como:
Localizados em regiões de mãos e pés para estímulos vibratórios e de pressão.
Localizados nos dedos, para reconhecimento do tato.
Reconhecimento de baixa temperatura e sensação de frio.
Responsáveis pela sensibilidade ao calor.
Células da pele
As células são a unidade
fundamental de todos os
seres vivos e carregam consigo nossas informações genéticas e regulam muitos processos
fisiológicos dentro do nosso corpo. Nossas células são capazes de induzir a síntese
proteica e constituem os tecidos que formam nossos órgãos e sistemas.
Melanócitos
Os melanócitos são células dendríticas, ou
seja, que
apresentam prolongamentos de origem dérmica e são os responsáveis por sintetizar o
pigmento melânico (melanina). Essas células se localizam na camada basal, e seus
prolongamentos podem se estender por muitos espaços na epiderme, justamente para
realizar a transferência de melanina.
Pode-se observar uma constante comunicação dos melanócitos com os queratinócitos. Essas células, quando atuam juntas, constituem o que chamamos, dentro da estética e da fisiologia, de unidade epidermomelânica da pele. Esse termo é utilizado para definir estruturas que conseguem, de forma conjunta, agir para compor a estrutura e o pigmento da pele. Em termos de quantidade, os melanócitos e os queratinócitos giram numa proporção de 1 para 36, respectivamente.
Veja como os melanócitos atuam na pele na figura a seguir:
Para descobrir como os melanócitos atuam na pele, assista ao vídeo a seguir.
Células de Langerhans
Trata-se de outros tipos de células dendríticas
(com prolongamentos) que são originadas na medula óssea e representam de 2% a 8% das
células localizadas na camada espinhosa da epiderme. Essas células apresentam uma
estrutura bem semelhante a uma “raquete de tênis” quando observadas em microscopia
eletrônica e têm função imunológica.
Células de Merkel
São células que desempenham uma função sensorial,
ou seja,
são capazes de levar informações para o nosso sistema nervoso central. Temos
capacidades sensoriais em nossa pele graças à ação das células de Merkel em conjunto
com as terminações nervosas distribuídas por toda a superfície do tecido epitelial.
Essas terminações nos dão toda a percepção externa e recebida pela pele. Ao
contrário dos melanócitos e das células de Langherans, as células de Merkel
não são
dendríticas.
Vamos entender visualmente a localização dessas células na pele na figura a seguir:
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MÓDULO 2
Descrever o processo de cicatrização da pele
Cicatrização
Neste módulo, vamos abordar a questão associada aos processos de cicatrização da pele. Veremos que a cura da pele não é uma fórmula pronta que sempre tem os mesmos resultados. Cada organismo responde ao tratamento de forma diferente, podendo até mesmo ser afetado por fatores externos.
O tipo de doença, a idade do paciente, o estado nutricional, a presença de doenças crônicas, o uso de medicamentos e os tratamentos tópicos adequados são alguns dos fatores que podem interferir na reepitelização (cicatrização) da pele.
Atenção
Para serem consideradas agradáveis, as cicatrizes bonitas ou normais devem ser finas, e não inchadas na pele, e sua cor deve ser semelhante à da pele local, às vezes até pouco perceptível.
Apesar dessas particularidades, ainda é possível identificar três etapas comuns no processo de cicatrização que levam à regeneração dos tecidos. Veja, agora, quais são:
Fase inflamatória
Sua principal característica é a presença de exsudato, que é um líquido com alto teor de proteínas e células, característico de tecidos que sofreram danos provenientes de um processo inflamatório, que pode durar de um a quatro dias, dependendo da extensão e da natureza da lesão.
Atenção
Nessa fase, a liberação de mediadores químicos e a ativação do sistema de coagulação são acompanhadas por edema, vermelhidão e dor.
Os neutrófilos são as primeiras células a atingirem a ferida. Isso ocorre, em média, 24 horas após a lesão. Nesse processo, são atraídas substâncias quimiotáticas liberadas pelas plaquetas. Os neutrófilos aderem à parede endotelial ligando-se aos neutrófilos, o que auxilia na destruição de possíveis bactérias no local.
Os macrófagos migram para a ferida no período de 48 a 96 horas após a ferida e são as principais células que surgem antes da migração de fibroblastos, que vão começar o processo de reparação tecidual. Esse processo é crucial para o início da fase proliferativa.
Fase proliferativa
É a fase regenerativa, que pode durar de 5 a 20 dias. Aqui, os fibroblastos proliferam, causando um processo denominado "proliferação de fibroblastos". A proliferação celular resulta na formação abundante de vasos sanguíneos e na infiltração de macrófagos. Esses processos se combinam para formar o tecido de granulação, que é parte importante da cicatrização da pele.
A fase de proliferação inclui quatro estágios básicos:
Repovoamento de fibroblastos para formar novamente a camada da pele que havia sido danificada antes do processo de cicatrização.
Formação de vasos sanguíneos para proporcionar a oxigenação desse novo tecido que está sendo formado.
Formação de um tecido granuloso para que este constitua o novo epitélio formado por meio da proliferação de fibroblastos. Essa camada produzida no processo de granulação apresenta um aspecto rosado.
O colágeno precisa ser depositado para que o tecido tenha a sustentação necessária para se manter íntegro e saudável.
Fase de maturação ou remodelamento
O estágio final pode levar vários meses. O tecido formado na fase anterior é remodelado, e a densidade celular e a formação de vasos sanguíneos são reduzidas. Para aumentar a resistência do tecido e melhorar a aparência da cicatriz, as fibras são rearranjadas, mudando gradativamente a cor da cicatriz de vermelho-escuro para rosa-claro.
Quando o equilíbrio entre os dois é mantido, o reparo é bem-sucedido. A composição da nova matriz e a decomposição da matriz antiga auxiliam para que ocorra um reparo bem-sucedido, que acontece quando a deposição de colágeno é máxima. Para um processo de reparação tecidual dentro das “melhores condições possíveis”, precisamos de uma boa conduta tanto do profissional como do paciente.
Fatores como idade, dieta, doença em atividade, medicamento, repouso e genética vão definir quão fácil, ou difícil, será o processo de cicatrização.
Assista ao vídeo a seguir, para compreender mais profundamente o processo de cicatrização da pele.
Importância do colágeno na cicatrização
O colágeno é a proteína mais abundante no tecido conjuntivo para a cicatrização. As várias diferenças em sua composição química determinam sua função biológica.
No processo de reparação de feridas (cicatrizes), o colágeno é vital para a união das bordas e é o principal fator causador da resistência mecânica das cicatrizes. A síntese de fibrina constitui a essência do reparo (SCHWARTZ et al., 1991).
Fatores que influenciam o processo de cicatrização
Existem dois tipos de fatores que afetam a cura: aqueles diretamente relacionados ao local da doença (fatores intrínsecos) e aqueles relacionados à condição do paciente ferido (fatores intrínsecos). Os fatores intrínsecos incluem:
- Dimensão e profundidade da lesão.
- Tipo de tecido lesado.
- Localização da lesão.
- Infecção local e grau de contaminação.
- Presença de secreções.
- Necrose tecidual.
- Falta de oxigenação.
- Tensão na ferida.
- Hemorragia.
- Corpos estranhos.
- Hematomas.
Podemos destacar que alguns desses fatores são causados pela falta de higiene adequada e de cuidados especiais com a área lesionada, porém vale ressaltar que a falta de oxigênio e de circulação sanguínea adequada também afetam a recuperação.
Os fatores extrínsecos são fatores externos, e seu controle não cabe totalmente ao profissional que executa as técnicas estéticas. Trata-se muito mais de responsabilidade do paciente. Podemos citar como exemplos:
- Idade.
- Tabagismo.
- Diabetes.
- Quimioterapia.
- Alcoolismo.
- Uso de drogas (esteroides).
No caso de uso de cigarro, álcool e algumas outras drogas, pode-se sugerir a interrupção durante o período de cicatrização. Porém, mesmo substâncias que pararam de circular no sangue têm potencial de prejudicar a cicatrização por muito tempo.
Cicatrizes inestéticas
Cicatrizes inestéticas fazem parte do trabalho diário dos cirurgiões. Baseando-se nisso, eles buscaram métodos preventivos e técnicas cirúrgicas modernas para minimizar o risco de aparência e sintomas desagradáveis. Muitos métodos, invasivos ou não, têm sido usados para o tratamento, como cirurgia, laser, crioterapia ou gel tópico.
Podemos dividir as cicatrizes inestéticas em:
Atróficas
Hipertróficas
Queloidianas
Cicatrizes atróficas
Cicatrizes atróficas são depressões dérmicas mais comumente causadas pela destruição do colágeno durante doenças de pele de caráter inflamatório ou após traumas, queimaduras e cirurgias. Essas cicatrizes são difíceis de tratar; geralmente, é preciso cirurgia.
Cicatrizes hipertróficas
Inicialmente, as cicatrizes hipertróficas são manchas rosas ou vermelhas, elásticas e firmes. Apresentam forte demarcação e evoluem para cicatrizes mais espessas e sem forma previsível.
Esse tipo de cicatriz pode se assemelhar a um queloide, mas não se espalhará para os tecidos subjacentes. Consiste em aumento e supercrescimento do tecido cicatricial. Raramente apresenta dor persistente, já que tende a diminuir com o tempo. Esse tipo de cicatriz costuma responder bem a tratamentos que consistam em compressão e massagem. A seguir, veremos uma lista de possíveis características morfológicas das cicatrizes hipertróficas.
- Elevadas no tecido cutâneo.
- Pruriginosas.
- Não ultrapassam a lesão inicial.
- Ocorrência entre quatro a oito semanas após a lesão inicial.
- Aspecto linear e consistência elástica.
- Regressão progressiva.
- Mais comuns em áreas anatômicas com tensão (ombros, joelhos, pescoço, tornozelos, entre outras).
Cicatrizes queloidianas
As cicatrizes do queloide (queloidianas) são altas e roxas. Costumam invadir os tecidos adjacentes. Apresentam coceira, dor e sensações de queimação que não costumam regredir tão rapidamente.
Não é um perfil de cicatriz que regride tão facilmente, apresentando crescimento bastante prolongado. Não responde bem a tratamentos de compressão e, devido à grande quantidade de fatores que interferem no tratamento das cicatrizes queloidianas, tornam-se o tipo mais complexo a ser tratado. Na estética, a cada dia surgem novas tecnologias que podem ser usadas no tratamento desse tipo de cicatriz, mas é necessária uma boa anamnese e conhecimento da técnica a ser utilizada, que já deve ter resultados positivos publicados.
Vejamos as características morfológicas mais comuns de cicatrizes queloidianas:
- Elevadas no tecido cutâneo.
- Pruriginosas.
- Incidência de dor prolongada.
- Costuma invadir tecidos adjacentes.
- Aspecto firme, rosado, muitas vezes hiperpigmentada.
- Mais comuns no tórax anterior, nos ombros, nas regiões lobulares da orelha e nos membros superiores.
- Persistem por bastante tempo após lesão inicial.
- Tratamento e regressão complicados.
A incidência da formação de cicatrizes queloidianas é difícil de avaliar. Podemos observar variações entre negros, hispânicos e orientais (4%, 5% e 16%, respectivamente). A pele negra apresenta 15 vezes mais frequência quando comparada à pele branca na relação das cicatrizes queloidianas.
Baseando-se na faixa etária, pode-se dizer que os níveis mais intensos de cicatrizes queloidianas giram entre 10 e 30 anos, sendo menos comum em crianças e idosos. Os estudos, hoje em dia, mostram que não há diferença significativa de prevalência entre homens e mulheres.
Saiba mais
Como diferenciamos cicatrizes hipertróficas de cicatrizes queloidianas?
Para diferenciar as cicatrizes hipertróficas de cicatrizes queloidianas, precisamos fazer uma análise de sua evolução clínica e histológica. A cicatriz, na maioria das vezes, apresenta-se estática, dentro dos limites da ferida inicial. Portanto, não veremos uma cicatriz hipertrófica atravessando os limites impostos pela ferida inicial. Graças à sua regressão espontânea, por mais que exista, no primeiro mês, forte prurido (coceira) local e hiperemia (vermelhidão), elas apresentam boas respostas a tratamentos.
Cicatriz discrômica
A cicatriz discrômica é mais escura ou mais clara do que a pele ao redor. Pode ser causada por bronzeamento da pele em pessoas pardas, exposição precoce aos raios ultravioleta, uso prévio de certos medicamentos (como ácidos e corticosteroides) ou cirurgia.
Cuidados durante a cicatrização
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MÓDULO 3
Descrever o processo fisiológico do envelhecimento e a classificação dos tipos de pele
O envelhecimento
O envelhecimento da pele tem, basicamente, dois componentes: envelhecimento intrínseco, causado pela passagem do tempo natural, e envelhecimento extrínseco, causado por fatores ambientais que interagem com a pele. Entre eles, o mais famoso é o chamado fotoenvelhecimento, causado pela exposição ao sol.
Veja, na imagem, uma comparação entre a pele mais jovem e a pele envelhecida. Repare no detalhe da elastina e do colágeno. Um diagrama mostrando a pele mais jovem, o envelhecimento da pele e a diminuição do colágeno e elastina quebrada na pele mais velha.
O vídeo a seguir apresentará o processo natural do envelhecimento cronológico.
O envelhecimento intrínseco (temporal) é acompanhado por um processo que ocorre em outros órgãos quando estes se degeneram, e nada tem a ver com fatores ambientais. Com o passar dos anos, a capacidade de renovação das células diminui, e a produção de colágeno e fibras elásticas cai drasticamente, o que resulta em rigidez e tensão. Como resultado, a pele perde a elasticidade, torna-se mais fina e solta e começa a apresentar rugas.
A atividade reduzida das glândulas sudoríparas resseca a pele, e a microcirculação sanguínea reduzida diminui a vitalidade e o brilho. Além disso, realizamos mais de 1.500 contrações faciais todos os dias, o que marca a epiderme na forma de linhas finas e rugas. O processo de envelhecimento cronológico intensifica a linha de expressão, tornando-a mais profunda e evidente.
O fotoenvelhecimento tem características que o distinguem do envelhecimento temporal da pele. Somente a pele que foi exposta à radiação ultravioleta por longo período apresenta sinais de fotoenvelhecimento (a área da pele geralmente coberta por roupas ou protegida da luz solar não apresenta esses sinais).
Depois de penetrar na derme, os raios ultravioleta podem causar a ruptura das fibras de colágeno. Se a pele dos jovens pode corrigir naturalmente essas alterações causadas pelo sol, não é mais possível reverter os danos na maturidade. Com o tempo, a pele reconstruída incorretamente desenvolverá rugas e uma aparência “bronzeada”, com manchas.
Vale lembrar que os efeitos da exposição ao sol são cumulativos. Estima-se que, aos 18 anos, já teremos recebido 80% de toda a radiação solar de nossa vida. Os danos causados pelo excesso na infância e na adolescência só serão descobertos alguns anos depois. Daí a importância de o profissional de estética, beleza e bem-estar orientar o uso de protetor solar desde cedo.
Você sabia
Há uma diferença significativa entre a pele fotoenvelhecida e a pele que só envelhece com o tempo. A pele que envelhece com o passar do tempo apresenta uma textura mais lisa, ligeiramente atrofiada, e rugas discretas e imaculadas, enquanto a pele que sofre o fotoenvelhecimento apresenta uma superfície mais áspera e espessa, cheia de manchas e rugas agravadas. A forma clássica de comprovar o grau de fotoenvelhecimento é comparar a aparência das partes mais expostas do corpo humano (como rosto ou mãos) à das partes mais protegidas (como abdômen).
Outros fatores ambientais relacionados ao envelhecimento cutâneo externo são aqueles relacionados à produção de radicais livres, como tabagismo, consumo excessivo de álcool e estresse.
Assim, é necessário adotar um estilo de vida saudável, controlar o estresse, fazer exercícios e manter uma dieta balanceada. Consumir vegetais e alimentos ricos em antioxidantes, que podem reduzir o teor de radicais livres, é uma forma de ajudar a melhorar a saúde, assim como medidas de proteção solar.
Saiba mais
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2005), em 2050, haverá mais de 2 bilhões de idosos com 60 anos ou mais, que é a faixa etária da população com crescimento mais rápido. No Brasil, atualmente, existem mais de 30 milhões de elegíveis para essa condição. Ao mesmo tempo, as pesquisas sobre envelhecimento humano estão aumentando, incluindo aquelas sobre as alterações fisiológicas na pele dos idosos. Essas mudanças são causadas por fatores cronológicos e hábitos pessoais ao longo da vida.
Tabela classificativa de Glogau
A escala de classificação usada como padrão para medir o fotoenvelhecimento foi desenvolvida pelo professor de Dermatologia Richard Glogau, da Universidade da Califórnia.
Com essa ferramenta, o profissional da área da estética, saúde e bem-estar encontra os parâmetros necessários para avaliar a gravidade do fotoenvelhecimento facial e definir o tratamento ideal. A seguir, podemos encontrar a tabela classificativa de Glogau (COSTA, 2016):
Presença de rugas mínimas, com mínimas mudanças na colorimetria da pele.
Idade: entre 20 e 30 anos.
Surgimento das primeiras linhas, prioritariamente na região periorbital,
juntamente ao sorriso.
Idade: entre 30 e 40 anos.
Rugas presentes mesmo quando não há movimentação na região da face.
Idade:
entre 40 e 60 anos.
Alta presença de rugas, sem áreas de conformação normal da face. Um tecido
"enrugado" por completo.
Idade: acima de 60 anos.
Como o envelhecimento leve é causado por hábitos e fatores externos, pode ser evitado. Uma das medidas preventivas mais básicas é a aplicação de filtro solar. É importante que o produto selecionado seja hipoalergênico, não provoque acne e tenha sido devidamente testado por pesquisas científicas.
O fator de proteção do FPS deve começar em 30, e o fator de proteção do PPD deve começar em 10 (o PPD deve ser pelo menos 1/3 do valor do FPS). Então, dessa forma, podemos prevenir o envelhecimento.
Além disso, controlar ou eliminar o fumo e a bebida pode ajudar a melhorar a saúde da pele. A ingestão de água é outro fator importante para manter o equilíbrio do sistema da pele, pois ajuda a eliminar toxinas e a promover a circulação sanguínea. Para garantir a manutenção e resultados otimizados, todos esses cuidados devem ser recomendados também após tratamento estético.
Escala de Fitzpatrick
Segundo Sachdeva et al. (2009), a escala de Fitzpatrick é um esquema de classificação digital, centrado na Europa, para a cor da pele humana criado por Thomas B. Fitzpatrick, em 1975, para estimar a resposta de diferentes tipos de pele aos raios ultravioleta (UV).
Foi originalmente desenvolvido com base na cor da pele para medir o UV correto para o tratamento de psoríase. Quando os testes iniciais baseados apenas no cabelo e na cor dos olhos resultaram em altas doses de UVA para algumas pessoas, foi alterado para ter como base a resposta da pele do paciente ao sol.
Hoje, essa classificação é usada em muitos processos. Por exemplo, na terapia a laser, a escala de Fitzpatrick pode calibrar o equipamento para cada tipo de pele. Na colorimetria, pode definir a melhor tabela de cores para todos, evitando resultados indesejáveis na micropigmentação das sobrancelhas, por exemplo.
Classificação dos tipos de pele
Por que existem diferentes tipos de pele? A partir de agora, veremos que a cor da pele está relacionada a muitos fatores. A pigmentação constitutiva da pele é hereditária e não é perturbada pela radiação solar, por isso é constante. O tom de pele opcional é reversível e pode ser induzido, sendo causado pela exposição ao sol.
A miscigenação é uma das características mais marcantes da população brasileira. A mistura de etnias produziu diversos tipos de cabelos e texturas capilares. De acordo com a genética e a etnia da pessoa, o cabelo tem características diferentes, consistindo na mistura gênica de diferentes povos e etnias.
Portanto, crianças multirraciais ou mestiças não são derivadas de uma única ancestralidade. Essas pessoas apresentam as características das etnias a que pertencem. Podemos citar como exemplo as pessoas de ascendência europeia e africana e aquelas de ascendência europeia e indígena. Por exemplo, no censo de 2001 dos Estados Unidos, 6,1 milhões de pessoas alegaram ser multirraciais.
O termo multirracial também pode se referir a uma sociedade multiétnica com alto grau de heterogeneidade cultural e vários tipos humanos, mas não necessariamente causa alto grau de discriminação racial entre grupos étnicos. Exemplos de sociedades multiétnicas são Brasil, Estados Unidos, África do Sul, México, Canadá, Austrália, França, Grã-Bretanha e Colômbia. China, Rússia, Argentina e Índia têm sociedades multiétnicas, mas não totalmente. Nessas sociedades, há menos interação entre as diferentes etnias.
Cabelos lisótricos são vistos, em sua maioria, nos povos com descendência mongol, oriental, esquimó e indígena, apresentando o aspecto liso e brilhoso. Já o cabelo ondulado é bastante encontrado nos caucasianos, porém não é uma exclusividade, podendo ser visto em outras etnias. Já o cabelo crespo é comum nas pessoas com pele negra e tem formato espiral e plano, dando-lhe a aparência encaracolada.
A vitamina D tem fundamental importância no corpo humano, podendo executar funções relacionadas à saúde dos nossos ossos, regular o crescimento do corpo (influenciando na expressão do hormônio do crescimento), auxiliar o sistema imunológico, o sistema cardiovascular, o crescimento e a manutenção do tecido muscular, o metabolismo endócrino e a expressão de insulina.
Você sabia
Uma das principais formas de ativação da vitamina D no corpo é a exposição aos raios solares. Por mais que essa vitamina seja encontrada em alguns alimentos, como peixes, óleo de fígado de bacalhau e cogumelos secos, precisamos da exposição ao sol para ativá-la no corpo. Essa exposição deve ser controlada e deve ocorrer de forma segura (com fotoproteção). Também podemos encontrar a vitamina D, mesmo que em menor quantidade, no leite, nos ovos e no fígado bovino.
Por ser um composto lipossolúvel, a vitamina D precisa de gorduras para ser absorvida no intestino. Portanto, uma forma de facilitar sua absorção é por meio do consumo de uma quantidade de gordura controlada e saudável. Porém, ainda assim, deve-se salientar que é necessária a exposição ao sol para ativá-la.
A vitamina D é muito importante para o tecido cutâneo, pois estimula a renovação e a divisão celular. Dessa maneira, o processo de ativação estimulado pela exposição solar controlada e segura pode melhorar a elasticidade da pele e o aspecto saudável.
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MÓDULO 4
Reconhecer os cuidados com a pele de acordo com sua fisiologia
Cuidados com a pele
Os cuidados com a pele são extremamente necessários para a manutenção do tecido cutâneo. Para manter as características estéticas em níveis satisfatórios, temos de utilizar estratégias que possam proteger a pele dos efeitos do envelhecimento intrínseco (que acontece conforme a idade vai avançando).
Precisamos afirmar e reafirmar que a higiene da pele é um fator importante para remover impurezas e agentes infecciosos que podem se acumular ao longo dos dias.
Portanto, é necessário o uso de hidratantes adequados para cada pele e específicos para o rosto e o corpo todos os dias. Lembre-se de que a pele oleosa também precisa de hidratação. Nesse caso, recomenda-se a utilização de produtos isentos de óleo, à base de água e que não aumentem a oleosidade.
Dica
Além do uso de determinados produtos, deve-se ingerir pelo menos dois litros de água por dia.
Veja, a seguir, algumas medidas que ajudam a manter a pele hidratada e que os profissionais de saúde, estética e bem-estar podem indicar:
- Evitar exposição excessiva ao sol.
- Manter uma dieta rica em frutas e verduras – ou seja, que contenham muitas fibras.
- Evitar o uso excessivo de sabonetes, buchas, banhos muito quentes e prolongados, principalmente no inverno.
- Evitar realizar esfoliações excessivas na pele.
Vamos entender, agora, o uso dos fotoprotetores.
Uso de fotoprotetores
Para ter bons resultados em grande parte dos tratamentos estéticos, o uso da fotoproteção precisa ser levado a sério.
Os efeitos da exposição aos raios ultravioleta são cumulativos, já que os raios solares penetram em camadas profundas da pele, originando problemas de pele e tumores.
Atenção
Um fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB.
Esses produtos podem ser físicos ou inorgânicos e/ou químicos ou orgânicos:
São feitos de dióxido de titânio e óxido de zinco, sendo depositados na pele mais externamente, e refletem a radiação.
São moléculas que absorvem a radiação ultravioleta por meio de reações químicas, evitando que entre em contato com as camadas mais profundas da pele.
Como orientar o uso dos fotoprotetores?
Para indicar o uso do fotoprotetor (protetor solar), em primeiro lugar, deve-se verificar o FPS, qual é a proteção contra os raios UVA (PPD) e se o produto é à prova d'água. Os novos regulamentos de proteção solar exigem que todos os itens anunciados no rótulo do produto tenham testes de suporte. Outra mudança é que o valor PPD para medir a proteção UVA deve ser sempre pelo menos metade do valor FPS. Isso ocorre porque os raios UVA também aumentam o risco de câncer de pele.
O vídeo a seguir demonstrará uma série de orientações quanto ao uso do fotoprotetor.
O “veículo” do produto – géis, cremes, loções, sprays, bastões – também deve ser considerado, pois ajuda a prevenir a acne e a oleosidade, comuns na utilização de produtos não adequados para cada tipo de pele.
Atenção
Pacientes com tendência à acne devem escolher produtos que não contenham óleo ou gel. Quem faz muita atividade física e sua muito deve evitar o gel, pois esse produto tende a sair.
Os profissionais da estética devem ter o entendimento de que os seus clientes precisam manter os cuidados com a pele justamente para conseguir os benefícios que essas práticas oferecem para a qualidade de vida e a beleza que eles buscam alcançar.
Para isso, devemos orientá-los a:
Usar diariamente o protetor solar.
Lembrar-se de realizar a reaplicação de duas em duas horas.
Reforçar o uso do protetor solar mesmo em dias nublados.
Usar o protetor solar em caso de tratamentos faciais ou corporais em áreas que ficarão expostas. (O profissional deve também questionar se os clientes compreendem a importância dessa medida).
Muito se fala da proteção solar, porém não é apenas com o fotoprotetor que podemos criar uma barreira entre os raios ultravioleta e a nossa pele. Precisamos complementar a proteção com roupas, chapéus e óculos de sol. No entanto, isso é apenas um complemento; nunca se deve diminuir a importância do protetor solar.
Cuidados com a pele negra
A pele negra requer cuidado diário, como outras, mas, pela quantidade de melanina depositada, deve-se ter atenção às manchas ou até mesmo à sensação de oleosidade no rosto, pois a incidência costuma ser aumentada.
A demanda por tratamento em pele negra está crescendo a cada dia, contudo o profissional deve estar atendo, visto que se trata de uma pele com grande tendência à hiperpigmentação.
É importante falarmos do uso da vitamina C como poderoso antioxidante, muito adequado para lutar contra os efeitos dos radicais livres, que degradam o colágeno. Além disso, pode-se iluminar e refinar a pele, tornando-a macia e uniforme.
Atenção
A pele negra também precisa de proteção solar. Não só em dias de sol ou na praia e na piscina, mas também quando o dia está nublado ou quando chove. Além disso, a luz visível, como a de telefones celulares ou telas de computador, também é prejudicial à pele.
Saiba mais
Outro problema comum na pele negra é a foliculite. Para evitar que ela apareça após a depilação, é importante fazer uma esfoliação leve na área afetada (como pernas, virilha e axilas) de duas a três vezes por semana.
A pele do recém-nascido (RN) apresenta algumas particularidades que a diferenciam da pele de um adulto. É menos pilosa, apresenta menor coesão entre a derme e a epiderme, e a proporção entre a área de superfície e o peso corporal é cinco vezes maior do que a de um adulto. Devido à sua sensibilidade e vulnerabilidade, essa pele passa por processos incessantes de adaptação fora do ambiente do útero, demandando muita atenção e muitos cuidados.
É importante a orientação da mãe ou dos familiares que cuidam diariamente do bebê. Realizar uma boa higiene diária é fator determinante para não expor a pele a micro-organismos. Sempre que houver alguma disfunção, deve-se procurar um médico.
Cuidados com os diferentes tipos de pele
Vamos conhecer melhor os diferentes tipos de pele, assim como as características e os cuidados específicos.
Pele normal (eudérmica)
Sem excesso de oleosidade ou ressecamento, os poros da pele normal costumam ser pequenos, tornando a pele delicada, lisa e macia. Os benefícios desse tipo de pele não param por aí, pois há hidratação e equilíbrio de oleosidade suficientes. Assim, a pele normal requer menos cuidados por não apresentar manchas e acne.
Como reconhecer uma pele normal? O termo científico para pele com características fisiológicas saudáveis é “eudérmica”. Esse tipo de pele costuma apresentar poros finos, textura macia e cor uniforme, sem manchas.
Você sabia
Para manter a pele eudérmica mais saudável, as orientações são: não dormir de maquiagem, manter alimentação balanceada, ingerir quantidade de água adequada.
Pele oleosa
A pele oleosa é o tipo mais comum entre os brasileiros de todas as idades e apresenta essa característica devido à secreção excessiva de sebo pelas glândulas sebáceas. Qualquer pessoa com pele oleosa sabe que deve tomar cuidado redobrado com o rosto para evitar poros entupidos e inflamações, como cravos e acne.
Outra característica da pele oleosa são os poros dilatados. Isso ocorre porque o excesso de óleo se acumula nos poros, tornando-os mais inchados e, portanto, mais visíveis.
Saiba mais
Como o esteticista identifica uma pele oleosa? As principais características da pele com oleosidade excessiva são brilho intenso, alta umidade e pegajosidade, poros abertos e irregulares e tendência a acne.
Orientações para pele oleosa:
- Utilizar sabonetes à base de ácido salicílico e/ou enxofre (sempre com acompanhamento profissional).
- Usar água fria e hidratantes para ajudar no fechamento dos poros.
- Evitar cremes com aveia, ureia, própolis e semente de uva, já que esses podem contribuir para aumentar a oleosidade da pele.
- Aplicar filtro solar.
Saiba mais
Sempre procurar usar cosméticos oil-free, ou seja, livres de óleo.
Pele mista
Nem oleosa, nem seca. A pele mista combina a oleosidade da zona T (testa, nariz e queixo) com áreas normais ou secas e pode até ter tendência a irritações e/ou descamação. Pessoas com esse tipo de pele precisam investir em produtos que tenham duplo efeito, que hidratem áreas secas ou normais e ajudam a controlar a oleosidade em outras áreas.
Os poros da zona T são grandes e podem causar cravos pretos. Na área da bochecha, a pele pode mudar entre normal e seca.
Orientações para pele mista:
- Lavar o rosto pelo menos duas vezes ao dia.
- Escolher, preferencialmente, os produtos na forma de gel, emulsão ou espuma.
- Usar hidratante e protetor solar sem óleo.
Pele seca
Devido à impossibilidade de manter a água no volume necessário, esse tipo de pele costuma apresentar poros pobres e baixa luminosidade. Dependendo dos fatores externos a que está exposta, é mais suscetível a vermelhidão e descamação.
A menopausa, certos fatores genéticos ou hormonais (como problemas de tireoide), o tempo frio e seco, o vento e a radiação ultravioleta podem causar pele seca. Embora não possamos controlar todos os fatores, é possível evitar, por exemplo, banhos longos ou quentes, hábitos que também podem causar ressecamento da pele.
O número de mulheres com pele seca é significativamente superior ao dos homens. À medida que envelhecem, toda pele fica mais seca. Portanto, para deixar sua pele mais jovem, cuide bem dela e mantenha-a hidratada. A pele seca, geralmente, aparenta ser áspera e sem brilho, rachada e ressecada.
Dica
A hidratação é o ponto mais importante para controlar a pele seca, mas outros fatores devem ser considerados.
Orientações para pele seca:
- Usar sabonetes com hidratantes.
- Não utilizar produtos que contenham álcool.
- Usar hidratantes em creme.
- Evitar os banhos quentes e demorados.
- Utilizar filtro solar diariamente.
- Aplicar água termal para hidratação da face ao longo do dia.
Pele reativa (sensível)
Também chamada de pele seca reativa, é menos suscetível a irritações, reage facilmente e pode provocar desconforto, coceira, rigidez ou inflamação. A pele sensível ainda sofrerá um impacto negativo com as mudanças repentinas de temperatura, o consumo de bebidas alcoólicas ou de alimentos muito picantes e a ingestão de várias substâncias.
A hipersensibilidade da pele pode se manifestar em vários graus e causar diversos problemas, desde um estado anterior sensível a doenças crônicas, como a rosácea. Portanto, é melhor pedir a um dermatologista que faça uma análise para apontar os cosméticos de pele ideais para cada situação.
No processo de tratamento diário, a pele sensível necessita de cuidados especiais, por isso é importante prestar mais atenção.
Orientações para pele reativa:
- Usar produtos específicos para pele sensível.
- Evitar banhos quentes e demorados.
- Usar filtro solar diariamente.
- Aplicar hidratante todos os dias.
- Lavar o rosto com sabonetes neutros, sem fragrâncias e sem álcool, livres de parabenos, pois, quanto mais substâncias presentes, mais chances de o produto causar irritação.
Não importa o tipo de pele. Para quem quer ter uma pele bonita e saudável, é necessário:
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Conclusão
Considerações Finais
Estética é ciência. Precisamos estudar para garantir o melhor para nossos pacientes e para os tratamentos que formos executar.
Neste tema, abordamos a anatomia da pele, entendendo sua estrutura e seus compartimentos. Entendemos, ainda, que a pele é um órgão com muitas funções e particularidades.
Estudamos a fisiologia, que é a maneira mais completa de entendermos as diferenças e toda a função dos mais variados tipos de pele. Assim, torna-se possível implementar tratamentos. Além disso, o uso correto de cosméticos potencializa os resultados e, principalmente, ajuda a identificar as reações adversas que a pele pode apresentar em qualquer programa de tratamento.
Podcast
CONQUISTAS
Você atingiu os seguintes objetivos:
Identificou as estruturas anatômicas da pele, desde seus componentes até as células constituintes
Descreveu o processo de cicatrização da pele
Descreveu o processo fisiológico do envelhecimento e a classificação dos tipos de pele
Reconheceu os cuidados com a pele de acordo com sua fisiologia