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Descrição

A concepção histórica dos elementos básicos da cozinha japonesa e suas aplicabilidades na área de aprendizagem da Gastronomia.

PROPÓSITO

Compreender a formação da culinária japonesa, seus insumos e suas técnicas a partir da contextualização histórica e cultural do país.

Preparação

Preferencialmente, ao princípio do estudo deste tema, procure ter em mãos um caderno para anotações que irá te auxiliar na melhor fixação dos detalhes.

OBJETIVOS

Módulo 1

Distinguir e identificar corretamente os insumos e as técnicas da cozinha japonesa

Módulo 2

Compreender a aplicação dos preceitos gerais das preparações da cozinha fria japonesa

Módulo 3

Compreender a aplicação dos preceitos gerais das preparações da cozinha quente japonesa

Módulo 4

Aplicar as técnicas básicas de sushi e sashimi

Introdução

Vamos aprender neste tema a história da Gastronomia do Japão, a sua influência sobre os hábitos culinários, os ingredientes mais utilizados, além das técnicas, preparações e dos pratos mais conhecidos e suas nomenclaturas.

A história e a cultura das transformações populares de um país refletem diretamente em sua culinária. Essa história é sempre influenciada pelos alimentos, porém raramente documentada de maneira detalhada nos livros.

A culinária japonesa teve início no século III a.C. com a introdução do cultivo do arroz pelos chineses. Esse grão passou a ter forte influência no estilo e na vida das tribos. O seu uso não se limitava somente à alimentação, passando a ser utilizado na fabricação de papel, de bebida alcoólica (saquê) e como alimento para seus animais (FRANCO, 2001).

A influência cultural dos povos chineses e coreanos estendeu-se para outras áreas além da agricultura.

Confira abaixo algumas influências da China presentes no dia a dia:

Shoyu
(molho de soja)

Chá

Hashis
(palitinhos de madeira)

Ainda temos muita história interessante pela frente! Observe o desenrolar dos principais acontecimentos:

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O budismo foi levado ao Japão pelos coreanos, e mesmo em meio ao xintoísmo e confucionismo pré-existentes tornou-se a religião oficial no século VI.


Nos séculos XV e XVI, a chegada dos portugueses e holandeses ao território japonês possibilitou a troca de informações e insumos, levando à assimilação de hábitos e ingredientes europeus, africanos e das Américas, como o tabaco, açúcar e milho. Das sobremesas ocidentais, o bolo Castela foi rapidamente incorporado à culinária japonesa.

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Temendo uma possível colonização pelos missionários cristãos, o imperador expulsou os estrangeiros do arquipélago e fechou os portos para o comércio exterior, que só foi reaberto três séculos depois. Em 1612, foi proibido o cristianismo no Japão.


No período de isolamento, a cultura japonesa e as religiões budista e xintoísta tornaram-se mais fortes. Os budistas não consumiam carne e sua dieta se baseava na ingestão de cinco sabores (picante, doce, amargo, salgado e azedo) e cores (amarelo, branco, preto, vermelho e verde).

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O país passou pelo Período Edo com estabilidade cultural, social e sem alterações na culinária. Os conhecidos Kaiseki ryori, servidos atualmente nas casas e restaurantes, possuem origem neste período.


As mudanças sociais e políticas no Japão ao longo dos tempos levaram à evolução da culinária japonesa. O elitismo evidenciado na Era de domínio dos Shoguns, na Idade Média, e as transformações significativas sofridas pelo Japão na Era Moderna ampliaram a assimilação de elementos de culturas estrangeiras e ocidentais no país.

Em dezembro de 2013, a Cozinha Tradicional Japonesa (Washoku) foi considerada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

MÓDULO 1


Distinguir e identificar corretamente os insumos e as técnicas da cozinha japonesa

Características básicas e tradições

Washoku caracteriza-se como dieta simples, saudável e equilibrada, composta por uma sopa e três acompanhamentos – chamados de ichiju sansai. Também faz uso do umami (quinto sabor) e de pouquíssima gordura animal, o que contribui para a longevidade e prevenção da obesidade no povo japonês.

A valorização da sazonalidade é outra qualidade dessa cozinha, que busca otimizar o potencial de sabor dos ingredientes e se aproveita das mudanças das estações para buscar inspiração no preparo e na decoração dos pratos. O uso de flores, folhas e utensílios na decoração reflete as transformações. O povo japonês desfruta das estações do ano em suas refeições.

Vamos conferir abaixo outras informações a respeito do Washoku: suas características, representações, acompanhamentos, formas de servir, dentre outros.

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Introdução

O Kaiseki ryori representa claramente o Washoku, servido em forma de arte, equilibrando aparência, cores, textura e sabor dos alimentos. Há uma enorme atenção com a sazonalidade e a regionalidade dos insumos para a confecção das refeições.

As decorações dos pratos com guarnições comestíveis são inspiradas em animais ou plantas e cuidadosamente selecionadas, limpas e preparadas de melhor modo a aproveitar os nutrientes.

Origem

Originário das cerimônias de chá, o kaiseki ryori era servido dentro da cerimônia em pequenas refeições compostas de poucas porções, auxiliando o consumo de uma só vez. Os pequenos pratos assemelhavam-se às pequenas pedras mornas (seki) que os monges inseriam em seus roupões para omitir a fome no momento de meditação.

Acompanhamento

O arroz branco (shiro gohan) é a base das refeições. Outros pratos como peixe, carne, legumes e conservas servidos são classificados como acompanhamentos e denominados okazu. O talher utilizado para as refeições é o hashi, de origem chinesa e constituído de dois bastões pequenos feitos de madeira, bambu, plástico ou metal.

Os acompanhamentos do arroz e da sopa dão o nome à refeição. O ichiju-issai (uma sopa e um acompanhamento) é a refeição mais simples, de apenas um prato. O café da manhã, ou pequeno almoço japonês tradicional, é constituído de missoshiru (sopa de pasta de soja), arroz e legume em conserva. Quando servido o ichiju-sansai (uma sopa e três acompanhamentos), cada acompanhamento possui uma técnica diferente de culinária, como peixe cru (sashimi), prato frito, prato fermentado ou cozido no vapor. Normalmente, finaliza-se a refeição com conservas como umeboshi (conserva de cereja salgada e fermentada) e chá verde.

Arrumação

A tradicional arrumação da refeição é baseada no ichiju-sansai. Na ponta à esquerda, é disposto um recipiente de arroz; à direita, a sopa. Logo atrás, são colocados três pratos planos com os acompanhamentos. Podem ser servidos também vegetais cozidos no final da refeição sem estarem nos acompanhamentos.

Os hashis costumam ficar na frente da bandeja, perto da pessoa, com suas pontas voltadas para a esquerda. Geralmente, estão apoiados em um suporte (hashioki). Nunca devem ser espetados verticalmente nos alimentos, pois essa posição faz alusão aos palitos de incenso (fincados verticalmente na areia) nas oferendas aos mortos. Lançar comida, morder ou apontar com os hashis também são considerados falta de educação.

Existe uma curiosidade muito interessante relativa à alimentação e à prática cultural desse povo. Conheça a seguir.

Você sabia

É comum dizer itadakimasu, que significa “Eu recebo humildemente”, antes de comer; e gochisosama deshita, que significa “Fio um banquete”, para o anfitrião ou aos funcionários do restaurante antes de deixar o local.

Muitos restaurantes oferecem uma toalhinha ou um lenço molhado e quente (oshibori) para limpar as mãos antes da refeição.

As tigelas japonesas (chawan) são utilizadas para consumir arroz ou sopa e são normalmente seguradas com a mão esquerda, enquanto a direita segura os hashis. Os chawans são levados até a boca sem tocá-la, exceto quando se toma a sopa.

Atenção

É costume comer até o último grão de arroz, pois desperdícios são considerados rudes. Também não se aconselha comer grão por grão nem fazer pedidos especiais ou trocas de ingredientes nos restaurantes.

Os fatos ocorridos, a posição no mapa e a cultura que evoluiu ao longo dos séculos moldaram o alicerce do que hoje se conhece como a principal influência da Nouvelle Cuisine na cozinha contemporânea mundial.

Sentado à mesa

O vídeo abordará, com Silvia Satia Tuyama, a forma correta de servir e se portar à mesa asiática, além de utensílios básicos da culinária e hábitos corretos.

Diferenças e Semelhanças entre a culinária japonesa e de outros povos

A cozinha japonesa se diferencia bastante da ocidental, com divisões dos tipos de preparações distintas e técnicas que buscam preservar a essência de cada ingrediente, com simplicidade e precaução desde os cortes até a finalização das apresentações.

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Os vegetais da montanha ( sansai ryori ), como os cogumelos, crescem naturalmente na floresta e são colhidos diariamente, preservando assim seu sabor e frescor.

Caldos ( dashi ) também são elementos muito valorizados na cozinha japonesa, repletos do sabor umami (quinto sabor) e de outras substâncias, como o ácido glutâmico presente em konbu dashi (alga) e torigara (osso de frango), o ácido inosínico presente no katsuo dashi (peixe-serra temperado, desidratado) e no niboshi dashi (filhote de sardinha desidratado) e o ácido de guasonina (cogumelo shiitake).

Originário da China, o macarrão também faz parte da cozinha japonesa. Os mais consumidos são o sobá e o udon. O sobá é feito da farinha de trigo-sarraceno e, geralmente, tem formato achatado e cor escura. O udon é feito com trigo branco e seu formato é alongado e mais grosso. Servidos com caldo de peixe e shoyu (molho de soja), são guarnecidos de vários vegetais.

Após o século XIX, foi incorporado o consumo do lámen (também da China), que rapidamente se popularizou, sendo servido com molhos de peixe, como sopa, refogados com manteiga ou porco.

Atenção

O shoyu não costuma ser disposto diretamente nos pratos, e sim em um recipiente pequeno e específico para esse fim. Em raras exceções, como no tofu, daikon (nabo) ralado ou namatamago (arroz com ovo cru), o shoyu pode ser despejado diretamente sobre a comida.

Arroz é o carboidrato de maior importância no Japão. Esse grão salvou a população em momentos de fome. Foi utilizado como moeda na época dos samurais no século XVI; na produção de saquê (vinho de arroz) e de mochi (bolinhos de arroz); na confecção de papel com suas fibras; na fabricação do tatame (revestimento do piso das casas feito com a palha do arroz entrelaçada); e em cobertura de telhados.

No geral, os ingredientes tradicionais da cozinha japonesa incluem frutas, vegetais, cogumelos, algas, condimentos, carnes, arroz, ovos e alimentos processados.

Vamos conhecer melhor as variações dos ingredientes tradicionais?

Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.
Frutas

Coquinhos, mikan, pêra, nêspera, nozes.

Vegetais

Azuki, que é um feijão pequeno, batata-doce, berinjela, espinafre, bardana, acelga, nabo, cebolinha, nirá, pepino, raiz de lótus, soja, broto de bambu, wasabi.

Cogumelos

Enokitake, matsutake, shitake, nameko, shimeji.

Algas

Wakame, nori, hijiki, kombu.

Condimentos

Missô, mirin, shoyu, ponzu.

Carnes

Frango, suína, bovina, peixes.

Alimentos processados

Kamaboko, kani-kama, mochi, tofu, chikuwa, tsukemono, karasumi, katsuobushi.

Preparações e técnicas

Vamos conhecer agora as divisões das preparações e técnicas que definem os cardápios japoneses:

Conheça o agemono (frituras)

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Exemplo de agemono: tempurá.

Existem informações relevantes acerca do agemono (fritura) que podem aumentar bastante o seu conhecimento. Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - agemono

Agemono (frituras) Karaage (frango condimentado com shoyu, alho, gengibre e fritos por imersão); korokke (croquetes de purê de batata recheados ou misturados com vegetais, frutos do mar, carnes e fritas); tempurá (vegetais, carnes ou frutos do mar imersos em massa mole e fritos); tonkatsu (costeleta suína empanada e frita); donburi (tigela de arroz com carne, peixe, vegetais ou outros ingredientes fritos); oyakodon (conhecido como pai e filho: geralmente frango e ovo, mas pode ter outras versões como salmão e ovas de salmão).

Aprenda sobre o yakimono (grelhados)

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Exemplo de yakimono: takoyaki.

Existem ainda outras informações relevantes para o seu conhecimento acerca do yakimono. Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - yakimono

Gyoza (bolinhos chineses recheados com carne de porco e vegetais); kusiyaki (espetos de carne e vegetais); okonomiyake (bolinhos assados com saborosas coberturas); omu-raisu (sanduíche de arroz frito com ketchup, coberto com ovo batido ou omelete); tamagoyaki (tipo de omelete com ovos enrolados em rolinhos, normalmente usados em sushis); takoyaki (bolinho em espiral passado em forminha e frito com um pedacinho de polvo dentro); teriyaki (peixe, frango, carne ou vegetais marinados com molho adocicado de soja e grelhado); unagi (enguia com pele grelhada e temperada); yakiniku; (carne e vegetais grelhados em chapa, em estilo similar ao churrasco); yakisoba (macarrão, proteínas e vegetais grelhados ao estilo japonês); yakitori (espetos de frango grelhados).

Conheça o nabemono

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Exemplo de nabemono: motsunabe.

Existem informações relevantes acerca do nabemono que podem aumentar bastante o seu conhecimento.Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - nabemono

Nabemono (cozidos em água quente ou caldo) – shabu-shabu (vegetais, massas, camarão ou carne bovina, fatiados fino e fervidos em molho leve e mergulhados em shoyu antes de comer); sukiyaki (vegetais, massas, carne bovina fatiados fino e ovos cozidos em molho caseiro de peixe, shoyu, açúcar, mirin); motsunabe (miúdos de boi, acelga e outros vegetais cozidos em molho leve de shoyu); kimuchinabe (similar ao motsunabe, com carne suína finamente picada, substituindo a bovina e usando kimuchi como tempero.

Prato de origem coreana que se tornou popular no Japão); nikujaga (cozido de carne bovina com batata); oden (ingredientes diversos que variam de região ou receita adotada cozidos em caldo ralo).

Aprenda agora sobre o shushi

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Exemplo de sushi: inarizushi.

Existem informações relevantes acerca do sushi que podem aumentar bastante o seu conhecimento. Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - shushi

Sushi (bolinhos de arroz com tempero de vinagre) – são bolinhos recheados ou cobertos com frutos do mar, peixes, vegetais, ovo ou frutas. Inarizushi (casca de tofu frito recheada com sushi); chirashizushi (sushi na tigela); makizushi (sushi enrolado em folhas de algas); oshizushi (sushi prensado e moldado em caixinhas de bambu, estilo antigo); nigirizushi (sushi modelado à mão e coberto com peixes ou outro ingrediente); temaki (sushi enrolado em alga à mão, tradicionalmente possui formato cilíndrico no Japão).

Aprenda agora sobre o sashimi

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Exemplo de sashimi: takaki.

Existem informações relevantes acerca do sashimi que podem aumentar bastante o seu conhecimento. Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - sashimi

Sashimi (peixe ou carne crus) – são insumos crus, cortados finamente e servidos com molho onde são embebidos antes do consumo. Possuem acompanhamentos simples como algas, frutos do mar ou peixes temperados com shoyu e wasabi. Ikizukuri (sashimi vivo, técnica antiga para manter o frescor da proteína); fugu (peixe-balão fatiado finamente para evitar envenenamento; deve ser preparado somente por chefs que fizeram especialização obrigatória para não colocar a vida de seus clientes em risco); tataki (atum ou peixe bonito servido em bifes rapidamente grelhados em carvão para caramelizar o exterior e, posteriormente, fatiados guarnecidos de cebolinhas, gengibre ou pasta de alho); basashi (sashimi de carne de cavalo, às vezes chamado de sakura); shikasashi (sashimi de carne de veado, é uma rara iguaria acessível apenas em algumas partes do Japão. Existe grande risco do contágio de hepatite aguda por causa da ingestão da carne crua deste animal); rebashi (normalmente, é feito do fígado de vitela, chamado de aburi, mergulhado em goma abura, que é o óleo de gergelim, temperado com sal e shoyu).

Aprenda agora sobre o gohanmono

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Exemplo de gohanmono: arroz misturado com outros ingredientes.

Existem informações relevantes acerca do gohanmono que podem aumentar bastante o seu conhecimento. Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - gohanmono

Gohanmono (arroz) – existem muitas versões de arroz: o branco cozido somente com água; os cozidos com shoyu; com variados insumos, temperados e cozidos; outros com maior teor de amido, como os mochi que podem ser misturados com ingredientes diversos, temperados e cozidos no vapor. Há também as versões mais ocidentalizadas, como arroz com manteiga, com ketchup e ao curry.

Aprenda agora sobre o suimono/shiromono

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Exemplo de suimono/shiromono: lámen.

Existem informações relevantes acerca do suimono ou shiromono que podem aumentar bastante o seu conhecimento. Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - suimono ou shiromono (sopas)

Sopas ralas de missô (pasta de soja); encorpadas com o karê (carnes e vegetais temperados e cozidos com curry); os lámen, que podem ser apenas com o caldo rico em colágeno, com missô, apimentados ou molho que inclui amendoim.

Por fim, conheça o Suitsu (doces)

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Exemplo de suitsu.

Existem informações relevantes acerca do suitsu (doces) que podem aumentar bastante o seu conhecimento. Observe-as abaixo.

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Aprofundamento - suitsu

Suitsu (doces) – as sobremesas mais tradicionais incluem frutas frescas com calda doce; doces de arroz; doces de feijão; doces de batata-doce; doces de castanha-portuguesa.

Percebe-se, neste contexto, que a divisão das classes de preparações na cozinha japonesa se difere da típica ocidental, mas o uso de ingredientes é bastante parecido com o da culinária europeia e da americana.

Iguarias da cozinha japonesa

Em festividades de Ano Novo, as refeições costumam ser oferecidas em caixas especiais chamadas Jubako, semelhantes à caixa de obento, e são chamadas de Osechi ryori. Nessa caixa, cada item possui significado próprio.

Caixa de Obento

Tipo de marmita japonesa para uma pessoa.

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Existem vários modelos e características muito interessantes de Osechi yori. Confira a variedade de estilos na sequência.

Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.
Kamaboko

Kamaboko vermelho e branco (pasta de peixes cozida) é apresentado em fatias alternadas nas fileiras. A forma e a cor representam o nascer do sol.

Datemaki

O datemaki é um rocambole de omelete doce condimentado com pasta de peixe ou camarão e simboliza intenção de dias repletos de esperança.

Tazukuri

Tazukuri são sardinhas secas cozidas em shoyu, simbolizam colheita abundante.

Kazunoko

O Kazunoko são ovas de arenque e simbolizam desejo de prosperidade a todos os membros da família.

Tai

Tai é o peixe pargo e está associado à palavra japonesa omedetai, representando um evento feliz.

Konbu

Konbu é um tipo de alga e está associado à palavra yorokobu, que significa alegria.

Toshikoshi

Toshikoshi soba é um prato constituído de trigo-sarraceno e representa longa vida.

Kuro-mame

Kuro-mame é a soja preta. Mame simboliza saúde, retratando o desejo de muita saúde no ano vindouro.

A regionalidade é valorizada no Japão, e pratos destes locais são bastante tradicionais.

Nikko

É uma região famosa pela produção de Yuba, nata do leite de soja que, nos tempos passados, era considerada alimento nobre.


Ichigo-ni

É uma sopa clara com abalone (awabi) e ovas de ouriço-do-mar, tradicionalmente consumida no Ano Novo ou em outras ocasiões especiais. É originária de região de Aomori. Takoyaki são bolinhas assadas e recheadas com polvo e servidas com molho e alga marinha picadinha. São originais de Osaka.


Lámen

São os macarrões em missô, temperados com sal ou shoyu. Originalmente, surgiram em Sapporo, ao norte do Japão.


Okonomiyaki

São panquecas japonesas com cebola, carne suína ou bacon, polvo, camarão, lula e vegetais; originárias de Hiroshima, tornaram-se populares após a Segunda Guerra Mundial.


Yudofu

É um prato quente, onde o tofu é colocado em um caldo com base em algas e servido antes que se dissolva completamente, mergulhado em molho e consumido. Era feito pelos monges budistas que não comiam carne ou peixes. Originou-se em Quioto.


A partir de agora, começaremos a entender as diferenças entre os dois tipos de prato da cozinha japonesa. Vamos lá?

Pratos da cozinha fria

Os pratos da cozinha fria japonesa mais populares são os tsukemonos (conservas como o takuan, feito com nabo colorido, e o takana, feito com folhas de mostarda), algumas saladas (como o harussame, que é sempre servido nos restaurantes do Brasil e é feito com macarrão broto de feijão, pepino e kani kama), pouquíssimas sobremesas (como o mochi, feito de arroz glutinoso) e alguns partos quentes (como o tempura que é feito com variados vegetais, peixes ou carnes passados em massa simples de água e farinha e fritos) que também são consumidos frios sem comprometimento das características sensoriais.

Pratos da cozinha quente

Pratos quentes japoneses muitas vezes são confundidos com preparações da Cozinha Chinesa devido a suas raízes em comum, cujas variações diferenciam a nacionalidade do prato.

Yakisoba é um prato feito de macarrão e vegetais contendo ou não proteínas animais. Já a sopa missoshiru é basicamente feita com vegetais e pasta de soja fermentada ( missô ), além de outras preparações.

Os sushis e sashimis, considerados pratos frios, são tratados à parte por sua complexidade e contextualização diferenciada. Geralmente, são consumidos em ocasiões especiais ou datas comemorativas, possuem uma história e evolução ímpar.

Os sushis enrolados, conhecidos como maki-zushis, as fatias finas de peixes e frutos do mar, popularmente chamados de sashimis, e as próprias fatias sobre arroz temperado, conhecidas como nigiri-zushis, são os mais prestigiados da culinária japonesa e possuem uma origem mais simples que se imagina.

Verificando o aprendizado

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MÓDULO 2


Compreender a aplicação dos preceitos gerais das preparações da Cozinha Fria Japonesa

Sobremesas

Neste vídeo Alex Sakatsume traz detalhes cruciais sobre os doces tradicionais japoneses.

Fundamentos da tipologia da cozinha fria japonesa

Os pratos frios japoneses incluem sushis e sashimis, que serão abordados em detalhes no módulo 4. Neste módulo, iremos conhecer outras preparações frias desta culinária extraordinária.

A Cozinha Washoku, tradicional japonesa, prioriza o frescor, a diversidade dos ingredientes e os sabores específicos de cada produto, assim como há a valorização da sazonalidade.

Para melhor entendimento, representaremos as tipologias da culinária japonesa da maneira ocidental: saladas, sopas, acompanhamentos ou petiscos e sobremesas. As saladas são normalmente geladas, como na cultura ocidental; tsukemonos (conservas) acompanham arroz e outros pratos; acompanhamentos ou petiscos podem estar contidos na marmita ou podem ser consumidos ao longo do dia, sem horários específicos; às vezes, sobremesas acompanham a marmita, mas os japoneses também possuem o hábito de tomar chá acompanhado de preparações doces à tarde ou à noite.

A cozinha fria japonesa

Pratos frios são bastante comuns, principalmente no horário de almoço (próximo ao meio-dia).

Vamos conhecer a seguir alguns desses pratos.

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Tsukemonos

São conservas japonesas feitas com verduras, vegetais ou legumes. São servidas como acompanhamento, como petiscos com bebidas alcoólicas ou chá, ou como prato principal, junto do arroz branco. Alguns levam meses e até anos em seu preparo.

O preparo de tsukemono sofreu muitas variações que incluem missô, resíduos de saquê (kasuzuke), vinagre ou shoyu. O mais popular é o tsukemono de nabo, o takuan, que recebeu esse nome por ter sido preparado pela primeira vez pelo monge Takuan, definindo assim a refeição típica dos japoneses combinando arroz, missoshiru, tsukemono e mais outro prato.


Conservas preparadas com sal são um dos métodos de conservação dos mais antigos no mundo.

Os peixes e outros produtos, quando deixados a secar, transformavam-se em deliciosos alimentos desidratados, justamente pelo sal presente na água em que eram mergulhados anteriormente. Foi percebido que os vegetais apresentavam mais sabor ao serem estocados salgados e se preservavam por longo período. Após essa associação do sal com a conservação dos alimentos, foram inventados o shoyu e o molho de peixe, o missô e tantos outros alimentos fermentados.

Saladas

Como a salada udon (salada com macarrão udon), rei shabu (lâminas de carne levemente cozidas, em saladas), sunomono (pepino agridoce), hourenso ohitashi (salada de espinafre), teriyaki tofu (tofu em cubos, grelhado e temperado com molho teriyaki ), hiyayakko (tofu em cubos temperado com katsuo-bushi, cebolinhas picadas, gengibre ralada e shoyu), shiraae (método de cozinhar vegetais com farelo de tofu, missô e óleo de gergelim), harussame (macarrão do broto de feijão, pepino, cenoura, wakame, temperados com molho de shoyu e óleo de gergelim).

Sopas

Sopas frias como o hiyashi-zomen (macarrão somen bem fininho acompanhado de caldo gelado e guarnições), zaru soba (macarrão de trigo-sarraceno com caldo gelado e guarnições), Nagashi somen (o somen costuma passar por uma canaleta com água e os convidados vão se servindo para colocar em suas tigelas com caldo e acompanhamentos), lámen frio (macarrão frio e caldo acompanhado de ingredientes comuns em sopa de lámen quente) e hiyashi chuka (macarrão lámen gelado com caldo e os acompanhamentos ajeitados de maneira ordenada na tigela) são comuns no verão, leves e refrescantes, possuem acompanhamentos saudáveis e agradáveis também.

A culinária japonesa oferece petiscos ou acompanhamentos como o gyoza frio, tamago-yaki (omelete enrolada), onigiris (bolinhos de arroz).

E as sobremesas?

As sobremesas tradicionais incluem taiyaki (tipo de waffle em formato de peixe, recheado de doce de feijão), kaminari-okoshi (arroz frito, unido em uma barra por açúcar, manteiga e glucose de milho), zenzai (sopa grossa de feijão vermelho com bolinhas de mochi), dango (espetinho de bolinhas de mochi, grelhado e temperado com molho de soja adocicado), monaka (recheio de doce de azuki, coberto com casquinha de mochi), kasutera (pão de ló japonês, herança da influência portuguesa no século XVI), manju (massa de farinha ou arroz, recheada com doce de feijão, castanha-portuguesa ou outro, cozido no vapor), wagashi (normalmente o doce de azuki, coberto de massa de grãos em formato de produtos da estação), mochi (bolinhas feitas de arroz glutinoso, comumente recheado com doce de azuki, o anko) , daifuku-mochi (uma fruta coberta de doce de feijão vermelho e depois de doce de mochi), o yokan (barras de doce de feijão) é uma versão de doce tradicional que se adaptou bem à indústria alimentícia.

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Não se sabe ao certo quando ocorreu o primeiro contato entre as culinárias europeia e a japonesa, mas certamente esse intercâmbio se reforçou na década de 1970, quando a tão falada nouvelle cuisine francesa inspirou-se na essência estética nipônica para montar seus pratos.

A tipologia na cozinha japonesa, além de suas classificações, difere-se levemente por seus métodos de preparo. A sazonalidade é mais uma vez o fator determinante dos ingredientes, os pratos são servidos majoritariamente frios e a apresentação busca sempre valorizar as características belas da estação e o frescor dos insumos.

Identificação e uso dos insumos específicos da cozinha fria japonesa

Ingredientes comuns na cozinha quente também são empregados no preparo da cozinha fria japonesa. O fato de ser fria não implica em alimentos completamente crus, as possibilidades múltiplas podem ser constatadas abaixo:

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Aprofundamento

Para as saladas, utiliza-se normalmente verduras e frutas - repolho, batata, cenoura, pepino, tomate, rabanete, vagem, ervilha, alface, milho, quiabo, aipo, endívias, pimentão, brócolis, couve-flor, espinafre, cogumelos, algas marinhas variadas hidratadas ou pré-cozidas, macarrões, feijões, konnyaku, frutas frescas ou desidratadas - com inserção de algumas proteínas, como atum, kani-kama, ovos, frutos do mar, salsichas, tofu, frango desfiado, ou carnes cozidas levemente. Muitas saladas já são temperadas previamente ou vêm acompanhadas do molho que será usado para finalizar.

Acompanhamentos muitas vezes são cozidos, assados ou grelhados com pouco óleo ou gordura, o que torna o consumo do alimento frio mais agradável.

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Tsukemonos

Para os tsukemonos, usa-se verdura e legumes, como acelga, repolho, cenoura, nabo, rabanete, pepino, berinjela, espinafre, folhas de mostarda, broto de bambu (takenoko), aipo especiarias como gengibre, pimenta, limão siciliano e demais ingredientes como raiz de lotus (renkon), flor de crisântemo, algas marinhas.

Sopas frias

Sopas frias, geralmente, utilizam verduras e legumes, carnes, peixes e derivados, algas, cogumelos, macarrões de trigo como o udon, somen e o lámen, além de trigo-sarraceno como o sobá, de broto de feijão como o harussame, de konnyaku. Algumas vêm com ingredientes sobre camada de gelo, outros já montados na tigela (domburi).

Sobremesas

Sobremesas incluem principalmente arroz, mochi, feijão vermelho, feijão branco, feijão azuki (que faz o anko), o konnyaku (onde se adiciona sabor e corante de frutas), frutas frescas, como morango, banana, maçã, uvas, kiwi, melancia, melão, ou enlatadas, como abacaxi, pêssego, toranja, cereja.

Alguns ingredientes vegetais merecem especial atenção, pois desempenham papel indispensável na dieta do Japão, desde folhas verdes, raízes a legumes e algas. A soja, o daikon (nabo) e a grande variedade de algas figuram com maior frequência nas preparações. O daikon é muito popular e serve como guarnição, condimento em conserva, ingrediente de molhos e saladas e acompanhamento para grelhados e braseados.

Atenção

A soja é talvez o ingrediente mais valorizado. Manipulada de inúmeras maneiras, a cozinha japonesa foi em grande parte elaborada com base nos seus diversos subprodutos, especialmente o tofu, shoyu e missô. A versatilidade desses ingredientes realça o sabor, e o tofu adiciona textura e valor nutritivo às preparações. O missô fornece rico e profundo sabor a sopas, molhos, temperos, marinadas e variados pratos.

Essa pasta (missô) consistente que possui variação de cores (do shiro-miso, branco e leve, ao aka-miso, profundamente vermelho e de forte sabor) e sabores, apresenta três variedades básicas: o feito de soja (mame miso), de soja e arroz (kome miso) e de soja e cevada (mugi miso). Missô e shoyu também são empregados em dips, como o ponzu que é constituído de mirin, vinagre de arroz, shoyu, dashi e yuzu (um cítrico similar ao limão) e acompanha sashimi, pratos com peixe, carne, ou frutos do mar.

Algas são ricas em vitamina A e minerais, como o cálcio, ferro e iodo, ótimas fontes de proteína vegetal, e carboidratos. As mais utilizadas na culinária japonesa são konbu (alga kelp), nori e o wakame. Nori é um pouco diferente da maioria das outras algas, pois são cultivadas em enseadas abrigadas ao longo da costa japonesa. Suas folhas finas como papel e esverdeadas são usadas para revestir o norimaki, cortadas em tiras finas como guarnição de arroz ou macarrão, esfareladas ou enroladas em onigiris. Konbu são algas mais duras e pretas, colhidas entre julho e setembro, e são ingredientes vitais na produção de dashi, como guarnição e para adicionar sabor a cozidos. Wakame é utilizado em saladas, macarrão, sopas, sashimi e pratos cozidos lentamente. Sua dureza e grossura dependem das condições de como é cultivado.

A aplicação dos preceitos gerais das preparações da cozinha fria japonesa

Os modos de preparo são básicos, às vezes um tanto arcaicos, transmitidos de geração em geração. Muitos foram aperfeiçoados e a tradição foi complementada na atualidade pela tecnologia e inovações.

Saladas japonesas podem ser preparadas com vegetais crus, cozidos, fritos e marinados. Quando incluem os ingredientes tipicamente japoneses, como tofu, algas, cogumelos, e outros, são temperadas com shoyu, gengibre, sal, óleo de gergelim ou molhos japoneses de perilla (shisô), molho de amendoim, molho leve de shoyu e mirin etc. Foram incorporados muitos ingredientes e métodos ocidentais na culinária do país, mas os japoneses evitam colocar cebola e alho in natura, pois os consideram fortes, procedendo de maneira a marinar ou enxaguar para amenizar o sabor e aroma.

Existem diversos tipos de tsukemono, com variações de ingredientes, de modo de preparo e como são temperados. Normalmente, o processo utiliza-se de verduras e legumes, mas encontra-se versões com melão e melancia também. Os mais tradicionais temperos são o sal, o shoyu, o missô, o farelo de arroz, o saquê e os resíduos de seus preparos, mas outras variações incluem mel, caqui, açúcar e demais ingredientes.

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Senmaizuke

É um método típico de Quioto, normalmente feito com raiz de shoogoin (uma espécie de nabo, que pode ser substituída pelo rabanete branco) fatiada finamente, com konbu (alga marinha, laminaria), pimenta vermelha e temperados com sal, mirin (saquê culinário que é levemente adocicado) e kooji (arroz fermentado). Sen significa mil em japonês, e mai é sufixo para a contagem de objetos finos, como lâminas ou folhas de papel, mas também significa arroz.

Shibazuke

Tsukemono típico de Quioto, é preparado com berinjela fatiada e misturada com myooga (uma espécie de broto de gengibre), folha de shiso (perila) e pimenta vermelha, que são misturados com sal.

Narazuke

Modalidade de tsukemonos criados em Nara, por isso a origem de seu nome. Caracteriza variados tsukemonos preparados com uri (uma espécie de pepino amarelo). São adicionados nabo, berinjela, raiz de lótus e temperados com sakekasu (que é o resíduo do preparo do saquê).

Fukujinzuke

Tsukemono feito com berinjela, nabo, o cogumelo nametake, raiz de lótus (renkon), shirouri (espécie de pepino japonês maior), frutos do shiso e gengibre, totalizando sete ingredientes, evocando simbolicamente os sete deuses da sorte (shichifukujin). Os insumos são picados, prensados, desidratados e mergulhados em uma mistura líquida constituída de missô, shoyu e outros temperos que ajudam a conservar em temperatura ambiente. Esse produto foi lançado no Japão em 1885.

Asazuke

Nessa modalidade de conserva, os vegetais são colocados para descansar por um curto tempo (asai significa pouco tempo, superficial ou pouco), adicionado de pequena quantidade de sal e de farelo de arroz, que auxilia na fermentação. Atualmente, prefere-se esse método ao nukazuke por conter menos sal e poder ser preparado rapidamente, o que reduz riscos de hipertensão e tempo de manipulação.

Sopas
Sobremesas

Acompanhe a seguir o passo a passo dos processos e preparação da sopa:

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Sopas em geral são cozidas em água ou caldos, tendo seus molhos preparados junto ou separado, isso também ocorre com os ingredientes que podem ser montados pelo comensal na mesa ou já estar montado dentro de uma tigela.


Algumas sopas possuem como acompanhamento katsu (milanesa frita de peixe, porco ou camarão), crocantes e ingredientes de tempurá, ovo cozido, fatias de carnes, vegetais, algas.

𝟐


𝟑

Os temperos variam entre calda rala de shoyu e temperos, calda acrescida de katsuo (lascas de peixe bonito desidratado), ou konbu dashi (calda em base de alga konbu). Algumas vezes, complementa-se com gengibre ralado ou wasabi em pasta.


Acompanhe a seguir o passo a passo dos processos e preparação da sobremesas:

𝟏

Sobremesas são preparadas com frutas in natura, com anko (doce de feijão azuki cozido, triturado e moldado) ou mochi (arroz glutinoso cozido e esmagado em pilão com adição de água). Doce de batata-doce, doce de castanha-portuguesa, doce de feijão branco ou vermelho são bastante comuns para recheios.


Ao moldar o mochi, por ser um ingrediente muito pegajoso, geralmente se passa amido de milho na parte externa do doce, para não grudar demais no recipiente.

𝟐


𝟑

O yokan é tradicionalmente feito com o doce cozido de feijão azuki triturado e acrescido de agar agar (alga com alto poder gelatinizante que não tem gosto forte), onde são cozidos juntos para depois serem enformados.


Algumas pessoas do ocidente não se acostumam a consumir doces de arroz e feijão, mas a cultura e a tradição japonesas mantêm vivas receitas e metodologias que relembram os antepassados, suas dificuldades e seus progressos.

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Hourenso

Espinafre japonês que tem as folhas alongadas e maiores.

Moyashi

Broto de soja.

Edamame

Soja verde, ainda na vagem.

Kaiware daikon

Brotos de nabo.

Mizuna

Verdura da família do brócolis, couve e couve-flor, levemente amarga e de cor verde-escura.

Mitsuba

Possui três folhas, daí seu nome, é uma erva aromática para finalização de pratos.

Shungiku

Erva asiática também é conhecida como crisântemo comestível.

Hijiki

Sargassum fusiforme, alga marrom que cresce nos litorais rochosos de Japão, Coreia e China).

Enoki

Cogumelo com hastes longas e finas, de cor branca.

Maitake

De coloração amarronzada, possui capas onduladas, seu nome significa “cogumelo bailarino”.

Hiratake

Do gênero Pleurotus, mesmo do shimeji, possui cor branca, cinza, salmão ou marrom, possui sabor acentuado, textura diferenciada, é o quarto tipo de cogumelo mais consumido mundialmente.

Matsutake

Tricholoma matsutake é o cogumelo mais caro do mundo, que possui associação mutualística simbiótica com as raízes dos pinheiros vermelhos japoneses, seu preço pode variar de 400 a 2.000 reais, possui aroma forte e picante.

Umeboshi

Conserva de cereja japonesa, geralmente colorida naturalmente com folhas de perila vermelhas.

Yaki tarako

Ovas de bacalhau salgadas, de cor bege a rosa-claro.

Karashi mentaiko

São ovas de bacalhau cruas temperadas com pimenta, de cor vermelha ou rosa-escuro).

Feijão azuki

Vigna angularis é um feijão pequeno de coloração castanho-avermelhado, usado em pratos japoneses doces e salgados).

Bolo Castela

Esse bolo se assemelha ao pão de ló.
É feito à base de açúcar, xarope de milho, farinha e ovos.

Período Edo

Também chamado de Idade da Paz Ininterrupta (1603-1868), foi governado pelos xoguns da família Tokugawa, entre de março de 1603 e maio de 1868.

Com tudo isso, percebe-se que o uso reduzido de óleos e gordura animal, além de contribuir para a manutenção da saúde, favorece o consumo dos alimentos preparados de maneira quente ou fria, sem prejuízo de suas características sensoriais e de sua linda apresentação.

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MÓDULO 3


Compreender a aplicação dos preceitos gerais das preparações da cozinha quente japonesa

Pratos quentes da cozinha japonesa

A especialista Silvia Satia Tuyama nos ensina sobre o preparo e a execução de um prato quente: Teppan.

Os fundamentos da tipologia da cozinha quente japonesa

Considerada arte refinada e singular, a cozinha japonesa deleita com relação tanto à sua aparência quanto ao paladar, mas só passou a ser apreciada em outras partes do mundo recentemente. Alguns a comparam com o alto nível da cozinha francesa ou chinesa.

No Kaiseki-riyori, os acompanhamentos do arroz e da sopa denominam a refeição. Ichiju-issai é composto de uma sopa e um acompanhamento, refeição de apenas um prato. O ichiju-sansai é constituído de uma sopa e três acompanhamentos e possui uma técnica diferente de culinária para cada acompanhamento como sashimi, fermentado, fritura, ou cozido no vapor. As técnicas que definem os cardápios japoneses são:

Agemono (frituras) – karaage (frango condimentado com shoyu, alho, gengibre e fritos por imersão); korokke (croquetes de purê de batata recheados ou misturados com vegetais, frutos do mar, carnes e fritas); tempurá (vegetais, carnes ou frutos do mar imersos em massa mole e fritos); tonkatsu (costeleta suína empanada e frita); donburi (tigela de arroz com carne, peixe, vegetais ou outros ingredientes fritos; oyakodon (conhecido como pai e filho: geralmente frango e ovo, mas pode ter outras versões como salmão e ovas de salmão).

Yakimono (grelhados) – gyoza (bolinhos chineses recheados com carne de porco e vegetais); kusiyaki (espetos de carne e vegetais); okonomiyake (bolinhos assados com saborosas coberturas); omu-raisu (sanduíche de arroz frito com ketchup coberto com ovo batido ou omelete);  tamagoyaki (tipo de omelete com ovos enrolados  em rolinhos, normalmente usado em sushis); takoyaki (bolinho em espiral passado em forminha e frito com um pedacinho de polvo dentro); teriyaki (peixe, frango, carne ou vegetais marinados com molho adocicado de soja e grelhado); unagi (enguia com pele grelhada e temperada); yakiniku (carne e vegetais grelhados em chapa em estilo similar ao churrasco); yakisoba (macarrão, proteínas e vegetais grelhados ao estilo japonês); yakitori (espetos de frango grelhados).

Nabemono (cozidos em água quente ou caldo) – shabu-shabu (vegetais, massas, camarão ou carne bovina fatiados fino e fervidos em molho leve e mergulhados em shoyu antes de comer); sukiyaki (vegetais, massas, carne bovina fatiados fino e ovos cozidos em molho caseiro de peixe, shoyu, açúcar, mirin); motsunabe (miúdos de boi, acelga e outros vegetais cozidos em molho leve de shoyu); kimuchinabe (similar ao motsunabe, com carne suína finamente picada substituindo a bovina e usando kimuchi como tempero. Prato de origem coreana que se tornou popular no Japão); nikujaga (cozido de carne bovina com batata); oden (ingredientes diversos que variam de região ou receita adotada cozidos em caldo ralo).

Gohanmono (arroz) – existem muitas versões de arroz: o branco cozido somente com água; os cozidos com shoyu; com variados insumos, temperados e cozidos; outros com maior teor de amido, como os mochi que podem ser misturados com ingredientes diversos, temperados e cozidos no vapor. Há também as versões mais ocidentalizadas, como arroz com manteiga, com ketchup e ao curry.

Suimono ou shiromono (sopas) – sopas ralas de missô (pasta de soja); encorpadas com o karê (carnes e vegetais temperados e cozidos com curry); os lámen, que podem ser apenas com o caldo rico em colágeno, com missô, apimentados ou molho que inclui amendoim.

Os pratos quentes japoneses seguem a classificação básica da cozinha japonesa. São variados e possuem algumas influências estrangeiras, ainda que incorporadas nos séculos iniciais, antes do fechamento do país ou mesmo após a reabertura.

Os insumos específicos da cozinha quente japonesa

Os pratos cozidos utilizam diversos ingredientes facilmente encontrados nos mercados japoneses e dependem da técnica que será utilizada para o preparo da comida.

O arroz japonês possui maior teor de amido que o brasileiro, além de um grão curto. Por ter mais amido e ser cozido apenas com água, ele fica mais grudadinho, bem neutro para acompanhar os fermentados, fritos, cozidos etc.

O arroz com condimentos, cozido no vapor, é conhecido como takekomi gohan e, normalmente, acompanha as refeições vegetarianas budistas.

Mingaus e sopas também são feitos com arroz, e diversos pratos na tigela têm arroz como base, os chamados donburis. O arroz glutinoso em conjunto com o feijão azuki é preparado no vapor nas celebrações e é chamado sekihan (arroz vermelho).

Você sabia

A palavra gohan tanto significa arroz quanto designa a refeição inteira. Isso demonstra a tamanha importância desse grão. Seu cultivo foi iniciado no século III a.C. com sementes trazidas da China por meio da península coreana. Provê alimento, abrigo por meio do tatami (revestimento do chão feito de palha do arroz) e dos shoji (papéis utilizados nas janelas das divisórias), cobertura de tetos e o saquê.

Agora, vejamos mais detalhes sobre sopas, macarrões, vegetais e frutos do mar da cozinha quente na sequência.

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Sopas

São preparações que começam como outros pratos japoneses: com um caldo, ou dashi, de peixes, geralmente flocos de peixe bonito, konbu (a alga kelp seca), ou missô. As mais comuns são o missoshiru (caldo de missô, geralmente acompanhado de tofu, cebolinha picados) e o suimono (caldo acompanhado de fatias de cogumelos).

Macarrões

Os macarrões (menrui) são populares, variam de textura, grossura e cor. Sua composição varia também, podendo ser de trigo ou trigo-sarraceno. Podem ser consumidos em dips ou sopas, com coberturas de peixes, frutos do mar, carne ou vegetais, consumidos quentes no inverno e frios no verão. Somen, lámen, udon e soba são os macarrões mais habituais. O udon grosso tem cor creme, é feito de trigo e apreciado no Leste do Japão, região Kansai de Osaka, Quioto e adjacências. Nabe udon é um clássico ensopado de inverno com udon, carne, vegetais, ovos e sopa.

O soba é um macarrão fino confeccionado de trigo-sarraceno, de cor marrom acinzentado. É popular nas regiões frias, a Leste de Tóquio, e na região de Shinshu. Coberturas de tempurá, carnes, tofu frito e vegetais da montanha são comuns nos sobas e udons. O macarrão similar ao vermicelli, feito de trigo, é consumido com frequência nos verões, sendo acompanhado de algas, caldo gelado de peixe e cebolinha picada.

Vegetais

Vegetais exercem papel indispensável na dieta nipônica desde as folhas verdes e raízes a algas e legumes. Soja, daikon (nabo) e algas diversas são os mais usados no cotidiano.

Frutos do mar

Frutos do mar e peixes frescos ou desidratados possuem especial importância na dieta japonesa. Presentes em sopas, pratos únicos e ensopados, também podem ser grelhados em salamandra, feitos como tempurá, braseados, cozidos no vapor ou levemente fervidos e ainda aprovisionam a culinária nipônica com muitos subprodutos.

Dentre os subprodutos aplicados para a cozinha, figuram os flocos de peixe bonito (katsuobuchi ou surimi), produzido dos filés de katsuo que foram defumados e desidratados, secos ao sol e ralados em lâminas muito finas. São usados geralmente como base do dashi, aditivo aromatizante, ou como guarnição de saladas e preparações variadas. O surimi é uma massa de peixe triturado que se assemelha à carne de siri em flocos; é confeccionado com a carne de peixes brancos e moldado em formas de frutos do mar.

Os insumos são cuidadosamente escolhidos e preparados, variando apenas por sua sazonalidade e oferta nos mercados.

Preceitos gerais das preparações da cozinha quente japonesa

Pratos quentes regionais e variados com base nos ingredientes da estação não deixam de ser populares e consumidos com frequência pelo povo japonês. Por mais que se tenha diversos acompanhamentos da refeição nipônica que não precisem ser aquecidos, é importante ter gohan e missoshiru quentinhos, independente da estação do ano.

As cozinhas chinesa e japonesa atentam-se à experiência estética por meio de combinação de cores, aromas e sabores e do contraste de consistências e texturas. Os alimentos geralmente são cozidos juntos, o que favorece a interação dos aromas e sabores que possuem, nesse caso, efeito de condimento.

Chegou a hora de nos aprofundarmos nos pratos quentes regionais. Vamos lá!

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Chawan mushi

Prévia e adequadamente temperados, os ingredientes são colocados em uma tigela, que geralmente é individual, feita de cerâmica especial e com tampa. Em seguida, são cobertos com um creme de ovos.

Tempurá

Insumos como o frango, camarão, vegetais e peixes são passados em uma massa mole feita de água gelada, ovo e farinha ou mesmo somente água gelada e farinha. Algumas pessoas acrescentam amido de milho ou farinha de arroz. O resultado é um produto frito mais leve e crocante. Após frito, é servido com molhos e daikon ralado. Tradicionalmente, a refeição de tempurá contém seis itens selecionados pela cor, forma e textura.

Mushi

Os ingredientes envolvidos são levemente temperados com sal, antes do cozimento, que é a vapor. Nesse prato, busca-se ressaltar o sabor natural dos insumos que, ao final, são mergulhados em molhos para complementar.

Nimono

Variados alimentos são fervidos em líquidos temperados, que podem ser caldos de gosto bem pronunciado, sopas leves ou sopas ligeiramente temperadas. Esse método de cocção é vasto e possui em torno de quinze subdivisões que se distinguem pelo líquido fervente e por seus itens escolhidos.

Shioyaki

Método rápido e simples de grelhar e utilizado com frequência para peixes e frutos do mar. O ingrediente é salgado, reservado por um curto período, depois é grelhado na salamandra e cozido até adquirir cor dourado-escura.

Sukiyaki

Simboliza “grelhado na lâmina de arado”, pois antes era preparado com esta técnica sobre uma fogueira. Na atualidade, possui duas categorias: feito na mesa com os convidados (nabemono) ou suavemente fervido em caldos temperados (nimono).

Horokuyaki

Os insumos são preparados no horoku, que é uma tigela grossa de cerâmica não vitrificada. No fundo da tigela, é colocada uma camada de sal pré-aquecido, sobre a qual são posicionados os ingredientes, que podem ser carnes, vegetais, peixes e outros.

Teriyaki

Significa “grelhado brilhante” e utiliza uma marinada feita com shoyu e mirin. Como resultado deste método, tem-se um alimento delicado e suave, saboroso e adocicado.

Mushiyaki

É uma modalidade de cozimento a vapor e grelhado na salamandra, sem usar líquido adicionais, pois o vapor é fornecido pelo próprio alimento em uma espécie de papilotte e depois dourado sobre a salamandra.

Umami

É uma subdivisão do nimono onde se ferve o alimento em uma calda adocicada para acentuar o sabor umami (INSTITUTO AMRICANO DE CULINÁRIA, 2009).

Agora, nos aprofundaremos no estudo dos pratos quentes mais representativos da cozinha japonesa que são conhecidos mundo. Na lista a seguir, encontraremos seus ingredientes, modo de preparo e alguns acompanhamentos:

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Gyoza

Aperitivo ou acompanhamento feito com uma massa bem fina de farinha e recheado com carne suína e vegetais. Seu método de cozimento pode variar desde o vapor, grelhado ou frito por imersão. Geralmente, é guarnecido de molho contendo óleo de gergelim, o conhecido goma abura.

Gyudon

Constituído de um donburi com gohan, recoberto com um cozido de carne bovina bem fina cozida com cebolas e tempero à base de shoyu. Normalmente, vem acompanhado de beni shoga, que é a conserva de gengibre rosada, cortada em julienne.

Karê

É um cozido de carne bovina, suína e/ou de frango com vegetais, como batata, cenoura, vagens, e com tempero de curry indiano. Algumas versões japonesas incorporam também maçã. Geralmente, é acompanhado de gohan.

Yakissoba

A versão japonesa deste prato de origem chinesa é mais condimentada e sem caldo. O macarrão lámen é tostado antes. São refogados carnes e vegetais com molho levemente picante; por fim, o macarrão é reaquecido junto dos demais ingredientes.

Sukiyaki

É um prato único onde proteínas, que podem ser carne bovina cortada fininha, filés de peixes, frutos do mar e ovos, são cozidas com vegetais, como repolho, brócolis, cenoura, couve-flor, cebola, ervilha torta, acelga, moyashi (broto de soja), cogumelos, konnyaku, udon, lámen. Outros ingredientes de preferência do convidado são cozidos em molho à base de shoyu. É geralmente feito pelos próprios convidados e servido no chawan de gohan que cada um recebe.

Teppanyaki

São proteínas da escolha individua, como bife bovino, suíno, frango, peixe ou fruto do mar, grelhadas em chapa muito quente de ferro fundido junto de verduras e legumes refogados. Seu consumo é feito diretamente na chapa, que costuma ser individual, acompanhado de gohan.

Tempurá

São vegetais, peixes, frutos do mar, ou misturas de vegetais, como no caso do kakifurai, passados em uma massa simples de farinha de trigo e água gelada. Em seguida, são fritos. Alguns vegetais são cortados de maneira artística, compondo uma apresentação atrativa ao prato.

Missoshiru

É a sopa básica de missô, temperada com katsuo e composta de cubinho de tofu, wakame e finalizada com cebolinha picada. Existem variações com espinafre japonês, inhame, cenoura e acelga picadas, aburaage (tofu frito temperado e picado em tirinhas), ovo e wakame.

Lámen

O macarrão de origem chinesa que ganhou o mundo. São feitas sopas com caldo de carcaças riquíssimo em colágeno, acompanhado de fatia de lombo suíno e legumes, mas existem inúmeras variações com tempero de missô, apimentadas, acrescidas de shoyu. As proteínas e os vegetais também variam de acordo com a estação ou o estabelecimento.

Oyakodon

É um donburi com gohan com frango e cebola refogados, cobertos com ovos mexidos temperados à moda japonesa.

Teishoku

É o prato executivo japonês. É basicamente composto de gohan, missoshiru e acompanhamentos que dependem do apetite do convidado. Pode incluir apenas uma proteína grelhada e tsukemono ou conter cozidos, refogados, salada, sushi e sashimi, frituras, cozidos no vapor. Tradicionalmente, é acompanhado de chá verde que auxilia na digestão. Essa bebida em especial não costuma ser cobrada em muitos restaurantes, e nas empresas japonesas são oferecidas a todos como sinônimo de cortesia.

Os pratos quentes são consumidos com frequência e não deixam a desejar na variedade e possibilidades de apresentações, que seguem sendo artísticas e atrativas. Para os leigos, vale a tentativa de provar esses tão saborosos pratos, que de maneira alguma deixarão de encantar, mesmo que não tenham apreço aos peixes crus.

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MÓDULO 4


Aplicar as técnicas básicas de sushi e sashimi

Técnicas e ingredientes básicos dos sushis

Alex Sakatsume comenta sobre as técnicas e os ingredientes sobre os enrolados (sushis).

Conceitos relacionados aos sabores dos sushis e sashimis

Uma das variações de sushi mais populares é o nigiri-zushi (feito à mão), que surgiu no começo do século XIX.

Existem diversas formas de apresentação do sushi. Por exemplo, o Nori-maki-zushi, que é confeccionado manualmente com o auxílio do sudare (esteira de bambu), enrolado em nori (folha de alga) sem o uso de peso, como as prensas com pedras. Confira outras formas na sequência.

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Aprofundamento

O Hako-zushi, também conhecido como Batera-zushi, é feito até os dias atuais com uma caixa ou um molde de madeira (batera) e também sem uso de pedra como peso.

O Saba-zushi é uma modalidade de sushi bastante tradicional na cidade de Quioto, onde o shari (arroz do sushi) é moldado em formato de bastão em cima de um tecido úmido e coberto com filés de peixe cavalinha marinados. Depois, é embrulhado no tecido e feito o seu formato com o auxílio do sudare.

O Chirashi-zush, ou Bara-zushi (sushi espalhado), mistura vários ingredientes, que são dispostos sobre o arroz de sushi e meticulosamente ajeitados dentro do recipiente.

O Tekka-domburi é apenas um chirashi-zushi com o arroz de sushi recoberto por filetes de atum. Por fim, o Tekka-maki, que é um nori-maki-zushi onde o filete de atum é envolvido pelo arroz de sushi e por alga na parte exterior.

Os avançados métodos de conservação e refrigeração atuais, além da facilidade do transporte aéreo, possibilitam apreciar uma variedade enorme de ingredientes e pratos de excelente qualidade e frescor em muitas partes do mundo. No Brasil, o tradicional sushi adota essas interferências e incorpora variações que promovem o toque brasileiro de sabores.

Os peixes mais comumente utilizados para o preparo de sashimis são os marinhos, como atum, pescada amarela, sardinha, serra, cavala, salmão, dourado e linguado. Entre os peixes de água doce, os mais usados são perca, carpa, truta e tilápia.

Na confecção dos sushis, três pontos importantes devem ser considerados. Reflita um pouco e responda: quais seriam eles?

Resposta 1

A cor

Resposta 2

O sabor

Resposta 3

A textura

Cores contrastantes causam impacto visual e ajudam na aceitação desse prato, já que o aroma não é bem seu forte, por ser uma preparação majoritariamente fria.

A aplicação dos critérios e ingredientes nas formas de sushis e sashimis

Vamos conhecer a seguir os formatos de sushis:

Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.
Inarizushi

Casca de tofu frito recheada com sushi.

Chirashizushi

Sushi na tigela.

Makizushi

Sushi enrolado em folhas de algas.

Oshizushi

Sushi prensado e moldado em caixinhas de bambu, estilo antigo

Nigirizushi

Sushi modelado à mão e coberto com peixes ou outro ingrediente.

Temaki

Sushi enrolado em alga à mão, tradicionalmente possui formato cilíndrico no Japão.

Os sashimi (peixe ou carne crus) – são frutos do mar, peixes e algumas carnes crus cortados finamente, em pedaços do tamanho de uma bocada, e servidos com molho, onde são embebidos antes do consumo.

Possuem acompanhamentos simples, como algas, frutos do mar ou peixes temperados com shoyu e wasabi. Ikizukuri (sashimi vivo, técnica antiga para manter o frescor da proteína); fugu (peixe-balão, ou baiacu, fatiado finamente para evitar envenenamento, que pode ser fatal. É uma iguaria tipicamente japonesa que deve ser preparada somente por chefs que fizeram especialização obrigatória para não colocar a vida de seus clientes em risco); tataki (atum ou peixe bonito servido em bifes rapidamente grelhados em carvão para caramelizar o exterior e, posteriormente, fatiados guarnecidos de cebolinhas, gengibre ou pasta de alho); basashi (sashimi de carne de cavalo, às vezes, é chamado de sakura que é uma especialidade regional em áreas, como as cidades de Nagano, Toyama, Gifu e Kumamoto); shikasashi (sashimi de carne de veado, essa é uma rara iguaria acessível apenas em algumas partes do Japão.

Atenção

Existe grande risco do contágio de hepatite aguda por causa da ingestão da carne crua deste animal); rebashi (normalmente, é feito do fígado de vitela, chamado de aburi, mergulhado em goma abura que é o óleo de gergelim, temperado com sal e shoyu).

Outro ponto crucial, além das variedades de apresentação dessas iguarias, são suas formas que alternam os tipos de sushis. Formatos variados, como círculos, quadrados, formatos de flores e folhas, são recursos que auxiliam na montagem de um prato mais chamativo.

Composição das cores dos sushis e sashimis

Os fundamentos budistas, baseados nas cores e nos sabores, foram precursores da importância dos aspectos sensoriais no preparo de sushis e sashimis.

Clique nas figuras abaixo. Objeto com interação.

O budismo prega que, para ter equilíbrio aéreo, é necessário ter uma dieta de ácidos, salgados e doces.

Ainda na concepção budista, quanto ao equilíbrio do fogo que comanda o metabolismo, da digestão e da produção do calor corporal, deve-se ter uma dieta com produtos amargos, picantes e azedos.

Existe também o conceito de que go-mi, os cinco sabores são: leite fresco, creme, leite coalhado, manteiga e ghee (manteiga clarificada ou purificada). Doutrinas usaram esse conceito da conversão do leite à manteiga purificada como base para elevar o conhecimento de seus discípulos.

Também existe no budismo o conceito de arco-íris do corpo, que é o penúltimo estado transicional da meditação no qual a matéria é transformada em luz pura. O corpo arco-íris representa o despertar do eu interior para completar a reserva de conhecimento terrestre, sendo assim possível acessar o limite ao estado de Nirvana.

Acredita-se que o processo de transformação das cores do corpo modifica os defeitos para qualidades positivas. A meditação nas cores individuais, que possuem suas respectivas essências, ajuda a alcançar as seguintes transformações:

Branco


Amarelo


Azul


Vermelho


Verde


A dieta inspirada nas crenças do budismo e do Xintoísmo segue ainda outros significados. Reveja ou conheça a abrangência dos seus simbolismos:

Clique nas palavras. Objeto com interação.
Dieta versus representação pelas cores
Amarelo
Preto
Branco
Verde
Vermelho

Amarelo

É a cor mais próxima da luz do dia. Possui maior valor simbólico no budismo por meio de sua ligação com as vestes cor de açafrão dos monges. Essa cor, que antes era usada por criminosos, foi eleita por Gautam Budha como símbolo de sua humildade e separação da sociedade materialista. Desse modo, passou a significar renúncia, humildade e ausência de desejo. É a cor da terra, símbolo de neutralidade e enraizamento da terra

Preto

Simboliza o negro primitivo. As pinturas negras foram aparições mais tardias na arte budista, que já havia adicionado meios de retratar visões de mundos transcendentais misteriosos, como divindades ferozes, que são com frequência sujeitos a significados obscuros de ódio e ignorância. Sua característica influencia o despertar da clareza e da verdade. Preto é a cor do ódio, transformado pela alquimia da sabedoria em compaixão. A escuridão exprime a iminência do absoluto, o limiar da experiência.

Branco

Ocorre quando o espectro inteiro é visto de uma só vez, ou quando as cores básicas se misturam: azul, vermelho e amarelo. Todos estão presentes no branco, não se esconde indiferenças ou segredos. Acredita-se que o branco possui uma natureza muito fria, como a da neve, ou extremamente quente, como a dos metais queimados. Pode ser ameaça de morte e nos lembrar do fim das coisas. É a cor que incorpora e, ao mesmo tempo, separa as coisas do espectro do arco-íris da vida cotidiana.

Verde

Localiza-se no meio das sete cores do espectro, analisando as qualidades de balanço e harmonia. É a cor relacionada à natureza, às plantas e árvores. Denota também vigor juvenil e atividade. No budismo, é a cor da ação.

Vermelho

É a cor de poderosos rituais e atos. Cor da paixão, transformada em sabedoria discriminatória. Outra dimensão relacionada ao vermelho é a crença de coral circundante, que ensina a formatar, fluir e ser flexível em relação à forma. É uma das pedras sagradas dos budistas tibetanos e simboliza a energia de força da vida. Frequentemente, acredita-se ser proteção contra olhares ruins. No budismo, coral está associado à bondade. Acredita-se que as pessoas que usam coral têm sucesso na vida. O vermelho é auspiciosa na cultura tibetana, considerada sagrada. É uma das cores dos cinco Budas e a cor das vestimentas dos monges. Acredita-se que possui qualidades protetoras e é frequentemente usada para pintar edifícios sagrados.

Os quatro elementos ar, fogo, água e terra são, respectivamente, relacionados às cores azul (ou preto), vermelho, branco e amarelo. Esses elementos também se relacionam com as seguintes formas geométricas: semicírculo, triangular, circular e quadrado, também na mesma ordem.

Verificando o aprendizado

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Conclusão

Considerações Finais

Após o estudo deste tema, podemos notar que a história da culinária japonesa, assim como sua influência, remonta desde antes da Era Cristã. A partir de então, suas tradições e seus hábitos são conservados até hoje. Seus insumos e suas técnicas a tornam distintas dos demais tipos de culinária, pois preservam cores, formas e sabores, além de promover a arte em sua essência.

Aprendemos que as comidas quentes têm vasto paladar e se comparam às das cozinhas mais requintadas do mundo, tendo variações de arroz, peixes, aves, crustáceos e carne. Vimos também que as preparações frias da cozinha japonesa, por sua vez, não se limitam somente aos sushis e sashimis. É interessante saber diversificar e aprender novas técnicas de preparo e finalização de alimentos.

Conservas, alimentos frescos, frios e sobremesas singelas nessa culinária harmonizam com perfeição e poupam a correria do pré-preparo ocidental que atormenta muitos cozinheiros. Por fim, aprendemos que o conhecimento e a familiarização com os termos de utensílios, equipamentos e ingredientes mais utilizados, dos métodos de preparo e finalizações, além das práticas confiantes harmonizadas sensorialmente, culminam em preparações excelentes que deixam cozinheiros, clientes e curiosos ávidos por provarem as maravilhas e delícias desta cozinha artística.

Talvez por isso essa cozinha causa fascínio pelo seu sabor e por sua arte!

Podcast

Agora, a especialista Silvia Satie Tuyama encerra o tema falando sobre a rica história da cozinha asiática e sua chegada ao Brasil.

CONQUISTAS

Você atingiu os seguintes objetivos:

Distinguiu e identificou corretamente os insumos e as técnicas da cozinha japonesa.

Compreendeu a aplicação dos preceitos gerais das preparações da cozinha fria japonesa.

Compreendeu a aplicação dos preceitos gerais das preparações da cozinha quente japonesa.

Aplicou as técnicas básicas de sushi e sashimi.