Grande estrela da Quarta Revolução Industrial, a Inteligência Artificial não é um recurso recente. O computador sempre foi visto como um possível substituto da nossa inteligência, o cérebro eletrônico. Como ciência, pode-se dizer que a IA teve início na década de 1950 do século XX, com Alan Turing, e desde então vem evoluindo lado a lado com os computadores.
O marco zero oficial aconteceu em 1956, na conferência de Dartmouth, em que todos os pensadores do tema estavam presentes e o campo da pesquisa foi batizado de Inteligência Artificial. As possibilidades eram tão animadoras, que imediatamente conseguiram financiamentos de órgãos privados e governamentais.
Em 1957, Frank Rosenblatt apresenta uma máquina chamada Mark 1, que utilizava um algoritmo denominado perceptron, baseado em uma rede neural de uma camada que classificava resultados. No ano seguinte, surge a linguagem de programação LISP, que virou padrão em IA. Em 1959, surge pela primeira vez o termo Machine Learning, que descrevia um sistema que daria aos computadores a capacidade de aprender algumas funções sem terem sido programados diretamente para isso.
Em 1964 nasceu ELIZA, o primeiro chatbot do mundo. Tratava-se de uma psicanalista virtual que conversava automaticamente, utilizando respostas baseadas em palavras-chave em estruturas sintáticas. Em 1969, nos foi apresentado o robô Shakey, que possuía mobilidade com alguma autonomia de ação e fala e que, apesar das falhas, teve a sua funcionalidade. Após uma década de estagnação, em meados de 1980, surgiram os sistemas especialistas, que realizavam atividades complexas específicas de um campo do conhecimento, superando os humanos em velocidade de raciocínio e base de conhecimento. A IA voltava à evidência, mas logo viveu novo período de estagnação, talvez por desencontro entre ideias e capacidade de processamento.
A explosão da internet comercial na segunda metade dos anos 1990 trouxe a necessidade da IA para aperfeiçoar os buscadores que vasculhavam a rede automaticamente em busca das informações adequadas. Em 1997, a derrota do campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov para o Deep Blue, da IBM, representou o marco da IA.
Em 2005, a Boston Dynamics apresentou o Big Dog, um robô com formas inspiradas nos cachorros e especializado em se movimentar em terrenos de difícil acesso para humanos. Outra evolução relevante, neste mesmo período, foram os veículos autônomos, caso bastante complexo de gerenciamento de vários sensores e, com certeza, um dos destaques da Quarta Revolução Industrial.
Na sequência, foi a vez do processamento da linguagem natural com o reconhecimento de voz e o surgimento das assistentes virtuais como a Siri da Apple, a Alexa da Amazon, a Cortana da Microsoft e o Google Assistente. O Watson da IBM começou a ganhar fama e ser aplicado em vários campos, como Direito e Saúde.
Em 2011, um projeto despretensioso na Universidade de Stanford de um curso online gratuito de Inteligência Artificial do professor Sebastian Thrun e de Peter Norvig ocasionou grande sucesso com mais de 160 mil alunos de 190 países. E o resultado foi melhor ainda, pois quatrocentos destes superaram o desempenho dos alunos de Stanford. A partir daí, surgiu a Udacity, uma universidade focada em tecnologia que fosse prática, barata, acessível e eficaz para o mundo.
Em 2012, a Google deu mais um salto em pesquisa em vídeos utilizando o Deep Learning, que pode ser aplicado em visão computacional, permitindo que o sistema lide com a compreensão das imagens obtidas através de câmeras. Este conjunto de recursos canalizados e com investimentos maciços vão cada vez mais fazer parte de nossas vidas.